
Intervenção de António Carneiro, presidente da RTO
01/05/2000
I Congresso do Oeste
Intervenção de António Carneiro, presidente da RTO
…Permitam-me que em nome de todo o I Congresso do Oeste, saúde com particular respeito e admiração o Senhor Presidente da República a quem quebrámos a sequência de um curto, mas bem merecido período de revigorante repouso.
Que os bons ares do Oeste, desta terra laboriosa de vinhedos e de mar, o ajudem.
Obrigado por uma presença que marcará indelevelmente um futuro que aqui, hoje e amanhã, nos propusemos ajudar a moldar.
…Há cerca de 70 anos, ainda bem longe da via para a União Europeia e, pode dizer-se, a “milhares de anos-luz” a ameaça globalizante, escrevia pré-monitonamente, característica do génio o nosso, cada vez mais actual Fernando Pessoa: “… e sempre que, para a praia eu descia a velha escada, saía da minha própria existência, encontrando-me”. E é essa busca do conhecimento sobre nós próprios e a comunidade que, enquanto seres sociais e sociáveis construímos ao longo de gerações, se toma, hoje, um imperativo cultural.
Afirmou já, V. Excelência, Senhor Presidente, que globalização e diferenciação não são conceitos inconciliáveis. Bem pelo contrário, só a permanente afirmação da diferença permite que os fenómenos de globalização, induzam bem-estar social de identidade cultural.
Conscientes destes desafios, irreversíveis com a projecção da lança de César, os oestinos querem discutir o seu próprio destino, serem agentes plenos do desenvolvimento. Querem conhecer-se melhor a si próprios, as potencialidades e fragilidades de uma Região tantos anos não comunicando sobre si própria.
Marco fundamental que a todos hoje nos liga a A8 aproximou-nos, uniu-nos, criou novas sinergias, antes adormecidas. Região simultaneamente homogénea e plural, o Oeste busca, agora, definitivamente, os caminhos que urge trilhar na defesa de uma vida melhor para os seus filhos e netos.
Se o soubermos fazer, acredito que o saberemos, construiremos um espaço culturalmente rico, saudavelmente desenvolvido orgulhoso de si próprio. Valorizar o Oeste, enquanto espaço económico e cultural é o grande objectivo deste 1 Congresso.
Ao afirmarmos a singularidade do Oeste criaremos as condições para a implementação de um novo conceito de marca de origem que nos identificará enquanto comunidade de seres humanos e valorizará os produtos.
Como dizia o poeta Ruy Belo “o sabor da Terra”.
Por isso o Congresso, antes mesmo das reflexões sobre equipamentos, infra-estruturas, actividades económicas e recursos humanos, se debruça sobre um interessantíssimo conjunto de comunicações sobre “a identidade e o território”
Estamos, Senhor Presidente, solidários com as preocupações de Vossa Excelência, revemo-nos na necessidade de acelerarmos a mudança e a defesa da identidade e justiça social.
Daí as nossas esperanças e expectativas sobre este Congresso, as propostas que daqui sairão.
Formulo, pois, votos de animada discussão.
Permita-me ainda, Vossa Excelência, que agradeça a todos, dirigentes e seus colaboradores, patrocinadores e comunicação social, que permitiram que hoje, em tão significativo número aqui estejamos.
©Hernâni de Lemos Figueiredo (2000)
diretor do Jornal D’Alenquer
in Jornal D’Alenquer, 1 de Maio de 2000, p. 7
Olá, muito obrigado por visitar este espaço.
Espero que a sua leitura tenha sido do seu agrado.
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Até lá… e não demore muito. espreite