
Discurso do Comandante do CFMTFA, Coronel Piloto Aviador Carlos M. Amaral Félix
01/05/2000Ex-BA2 de Ota: 60 anos ao serviço da Força Aérea
Discurso do Comandante do CFMTFA, Coronel Piloto Aviador Carlos M. Amaral Félix
É preciso que usemos todas as nossas capacidades para produzirmos um trabalho de qualidade. Para isso, todos sem excepção, devem cumprir para além do dever.
Faz hoje sessenta anos que, com as presenças do Presidente da República, do Presidente do Conselho de Ministros e de outras altas individualidades, se inaugurou a Base Aérea n.º2. De todas as cerimónias protocolares e demais eventos que nesse dia ocorreram, realçava-se a abertura simbólica do portão de armas. A chave desse portão faz hoje parte do espólio que no salão nobre e biblioteca sitos no comando nos lembra que antes de nós já largas dezenas de milhar de homens e mulheres passaram por esta unidade.
Num dia de festa como é o de qualquer aniversariante, consideramos incontornável o dever de em primeiro lugar invocarmos a nossa memória colectiva cientes de que outros amanhã farão o mesmo numa sequência continuadora de referências e valores que são apanágio dos militares…
…Senhores convidados militares e civis: constitui para nós motivo de grata satisfação o estarem hoje aqui. Realço a presença de entidades civis para lhes reafirmar do nosso desejo de bom relacionamento e da continuação e mesmo do reforço da cooperação em todos os domínios que resultem em benefícios mútuos.
Finalmente e pelas razões que de início expliquei dirijo uma palavra muito especial aos antigos Comandantes pelo que contribuíram, com os homens que comandam, para o prestígio de que esta unidade desfruta.
(Dirigindo-se aos militares do Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea) Certamente que foi aqui que a esmagadora maioria de entre vós deu os primeiros passos na vida militar trabalhando vós hoje numa unidade de grande tradição na área de instrução da Força Aérea e que desde 1992 deixou de existir como Base Aérea para passar a ser um Centro de Formação. Se é verdade que este tipo de actividade se apresenta com característica menos espectaculares do que a actividade operacional, não é por isso que ele é menos importante, quer para a Força Aérea, quer para o país uma vez que os milhares de técnicos aqui têm sido formados, contribuindo de forma relevante para o desenvolvimento de Portugal. Nesta unidade ministram-se os cursos de formação militar, humanística, técnica e científica aos militares de regime de voluntariado e de contrato e ainda os de formação e promoção de sargentos dos quadros permanentes da Força Aérea. Sucintamente, aqui está concentrada toda a formação ministrada na Força Aérea com a excepção dos cursos destinados ao ingresso nos quadros permanentes de oficiais. É pois extremamente diversa a formação que damos para vinte especialidades distintas…
… Apesar do balanço da actividade escolar ser matéria inerente à cerimónia da abertura solene do ano escolar, penso ser apropriado trazer-vos mais alguns números que dizem da evolução significativa da nossa actividade. Assim, tivemos no ano transacto, 1797 alunos contra 1014 em 96, 1267 em 97 e 1504 em 98. As horas lectivas ministradas, verdadeiro barómetro da actividade formativa, foram de 67.100, contra 42.710 em 96, 45.120 em 97 e 54.946 em 98. Se a estes significativos aumentos acrescermos o facto de se ter implementado, em Janeiro de 1999, uma nova estrutura para o centro que implicou uma redução nos seus efectivos, podemos concluir sem modéstia que cumprimos com a missão que nos foi cometida…
…Necessariamente e porque a formação de oficiais, sargentos e praças se complementa num todo coerente e coeso, consideramos desejável, talvez inevitável, se siga o mesmo tipo de acção nas outras classes, num processo mobilizador à capacidade de renovação na área de instrução, face aos desafios que a sofisticação de novos sistemas de armas não cessa de colocar a todo o pessoal da Força Aérea.
Assim sendo, e para além da palavra de apreço que formalmente dirijo a todos os que integram o corpo docente pelo trabalho que desenvolveram apesar das reconhecidas insuficiências, incentivo-vos a que se preparem cada vez melhor, que continuem com entusiasmo e espírito de missão a desenvolver a tão nobre tarefa de ensinar.
Cabe-me agora uma palavra à área de apoio, cuja enorme vontade de servir consegue fazer quase milagres, face ao aumentos de requisitos e da diminuição de pessoal. Nesta área decorrerão este ano intervenções de grande dimensão nos alojamentos de oficiais (QE-19), sargentos (QA-23 e 24) e praças (OC-6 e 12), estas últimas prolongando-se durante um período de um ano. Far-se-á a transferência do centro de comunicações para novas instalações na zona do aquartelamento e finalizaremos a mudança da secção de fardamento para o local muito mais funcional e renovado, para além de intervenções diversas nas áreas das messes, estações e subestações de calor, esgotos, etc., numa clara afirmação de atenção e empenho por parte dos órgãos superiores da Força Aérea em prover a melhoria das condições de vida da unidade, pese embora seja de todos conhecida a existência de restrições que se reflectem inevitavelmente nos orçamentos disponíveis.
(Dirigindo-se ao General-Chefe do Estado Maior da Força Aérea)
Estamos conscientes do que se passa no mundo, no país e nas Forças Armadas. Sabemos das dificuldades conjunturais que atravessamos mas permito-me referir que é necessário minimizar o seu impacto na área da formação, sob pena de comprometermos irremediavelmente o futuro. Os homens e mulheres deste centro aguardaram serenamente, compreendendo as dificuldades e compartilhando as preocupações da chefia da Força Aérea.
(Dirigindo-se novamente aos militares e civis do Centro de Formação Militar e Técnica)
VEJA REPORTAGEM COMPLETA:
Ex-BA2 de Ota: 60 anos ao serviço da Força Aérea
©Hernâni de Lemos Figueiredo (2000)
diretor do Jornal D’Alenquer
in Jornal D’Alenquer, 1 de Maio de 2000, p. 18 e 19
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