XXV Feira da Ascensão: Fraquinha; só o tempo foi bom

28/05/2006 0 Por hernani

XXV Feira da Ascensão (Alenquer)

Fraquinha; só o tempo foi bom

Apesar de todos os condicionalismos foi um certame com uma vasta programação, e que para ter o brilho merecido só faltou a presença de mais expositores e mais público. Os dias significativos foram precisamente sexta-feira, com o churrasco, e sábado, com a noite do visitante; se a “Sopa do Sidónio” se tivesse estendido aos restantes dias da feira, a edição deste ano teria tido um sucesso estrondoso.

206-05-28 – XXV FEIRA DE ASCENSÃO, EM ALENQUER
Fim da tarde de sexta-feira a aglomeração de pessoas foi grande para o Mega churrasco.

Fim da tarde de sexta-feira a aglomeração de pessoas foi grande para o Mega churrasco.
[/caption]Terminou hoje, 28 de Maio de 2006, a XXV Feira da Ascensão, em Alenquer. Já o temos dito, de alguns anos a esta parte, que este certame enferma por uma programação conservadora, o que tem afastado diversos agentes económicos do evento, e que de edição para edição, também tem provocado a indiferença dos próprios nativos do concelho.
No entanto, este ano já houve algumas novidades mas, apesar disso, a afluência de público continuou na tendência dos últimos anos; foi desolador ver alguns espaços ocupados sem a dignidade que seria exigível a um certame já com este historial. Realmente julga-se que foi só para “ocupação de espaço”.
A crise do país é grande, as empresas estão descapitalizadas, igualmente as pessoas andam sem dinheiro, e amarguradas por isso, a realização de eventos semelhantes nos mesmos dias, em terras vizinhas, e as próprias obras do Rio de Alenquer foram motivos mais que suficientes para condicionarem o brilhantismo que a organização do certame pretendia e merecia.

206-05-28 – XXV FEIRA DE ASCENSÃO, EM ALENQUER "Tigres da Estrada" uma das poucas colectividades representadas no certame.

2006-05-28 – XXV FEIRA DE ASCENSÃO, EM ALENQUER
“Tigres da Estrada” uma das poucas colectividades representadas no certame.

Foi um certame onde o habitual aconteceu: as esperadas música popular, danças de salão, sevilhanas, ginástica, bandas de música filarmónica e as regressadas escolas de samba. As diversas manifestações desportivas também têm vindo a ocupar um espaço importante.
Os acontecimentos taurinos, como a novilhada e as largadas de touros, já entraram na rotina anual, assim como a prova de atletismo. Novidades, poderemos considerar os diversos concertos havidos no palco central, um desfile de moda e um concerto pela banda da PSP.
O folclore também é um programa repetitivo, e é habitual as presenças dos diversos grupos do concelho: Olhalvo, Cabanas de Torres, Infantil de Alenquer, Fiandal, Paula, Carregado, Vila Verde dos Francos, Aldeia Gavinha e Canados. O Rancho Folclórico de Alenquer organiza o seu festival nacional na altura feira, e é um motivo para haver alguma novidade; neste ano vieram os ranchos de S. Romão do Coronado (Trofa), Grupo de Danças e Cantares “Os Pioneiros de Vendas Novas” e Rancho Folclórico “Amigos de Montenegro” (Algarve).

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O Rancho de S. Romão de Coronado presente no XXIII Festival Folclórico de Alenquer

Actividades de promoção económica, a não ser aquela protagonizada pelo sector avícola, com a realização de um churrasco gigante, onde foram consumidas cerca de cinco mil aves, entre frangos, perus e codornizes, e que serviu para sensibilizar a população que se pode consumir aquela carne sem os receios da gripe aviaria, só houve mais uma, se assim se poderá classificar, que foi o concurso de montras organizado pela ACICA. Julgamos que para o certame ser considerado a “mostra das potencialidades económicas do concelho” é insuficiente. Nunca compreendemos o porquê de não permitir uma maior intervenção da ACICA na organização do evento; mesmo com a sua organização exclusiva, claro está com o apoio logístico da Autarquia, Como entidade representativa do sector empresarial com certeza teria um acesso mais credível perante os agentes económicos do concelho.
A edição da Feira da Ascensão deste ano também serviu para a propaganda da “banha da cobra”; estamos a referir concretamente a existência de uma exposição, organizada pela NAER, sobre o futuro Aeroporto Internacional de Lisboa, a construir em Ota. Segundo a NAER esta exposição tem como objectivo “proporcionar às populações da área onde a infra-estrutura vai ser implantada toda a informação sobre a sua construção”. Nós fizemos outra leitura, pois julgamos que a informação não é fiel realmente àquilo que está em jogo, nomeadamente no que concerne a “proporcionar melhor qualidade de vida à população local”.
De realçar a “teimosia” da ACICA em querer estender a animação ao centro da vila de Alenquer; e este ano em dois locais distintos, junto ao mercado diário e no largo Espírito Santo onde, só a expensas suas, promoveu a noite do visitante, com prova e demonstração de produtos alimentares de panificação, pão com chouriço e a indispensável sardinha assada. Tudo isto ao som da “Fragment Band” e de diversos fadistas.

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Eduardo Henriques na cabeça do XVI Grande Prémio de Atletismo de Alenquer, onde a prova feminina foi ganha por uma atleta do Sporting.

A pouco e pouco o centro da vila vai sendo chamado a participar na feira: deve-se isso à ACICA, com a noite do visitante, ao Clube Taurino Alenquerense, com as largadas de touros, e à própria Câmara, com a prova de atletismo e com o sarau de ginástica, hip-hop e artes marciais, no Pavilhão da Chemina.
Na edição deste ano consideramos os seguintes pontos altos: largadas de touros, novilhada, XXIII Festival de Folclore de Alenquer, XVI Grande Prémio de Atletismo, churrasco e a noite do visitante, tanto no centro da vila como no recinto da feira.
Apesar de todos os condicionalismos foi um certame com uma vasta programação, e que para ter o brilho merecido só faltou a presença de mais expositores e mais público. Os dias significativos foram precisamente sexta-feira, com o churrasco, e sábado, com a noite do visitante; se a “Sopa do Sidónio” se tivesse estendido aos restantes dias da feira, a edição deste ano teria tido um sucesso estrondoso.

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