Portugal na lista negra europeia da reciclagem: Alenquer deu o seu contributo

Portugal na lista negra europeia da reciclagem: Alenquer deu o seu contributo

12/11/2018 0 Por hernani

Alenquer deu o seu contributo

Portugal na lista negra europeia da reciclagem

Portugal tem um percurso histórico de incumprimento de objetivos de reciclagem de resíduos sólidos urbanos, e nem com a maquilhagem dos números consegue atingir as metas estabelecidas. Os objetivos fixados para 2006 não foram cumpridos, os objetivos de 2012, também não foram cumpridos, tal como o próprio Plano Estratégico dos Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU) anunciava, isto é, previa; e as metas para 2020 também não vão ser atingidas, tal como é previamente anunciado no PERSU II, isto é, previsto. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) comunicou a Bruxelas que em 2016 foram reciclados 1,29 milhões de toneladas de resíduos urbanos, quando foram reciclados apenas 1,03 milhões de toneladas. A maquilhagem do desastre foi descoberta, e, em consequência deste engano, a taxa destes recicláveis desceu de 38% para 30%.

Para 2025 a meta de reciclagem é de 55% do total de resíduos urbanos produzidos, o que constitui um objetivo muito mais ambicioso que não é previsível que Portugal consiga atingir.

Em consequência disto, Portugal foi colocado na “lista negra” dos Estados-membros que “precisam de fazer mais para que as suas populações e as suas economias beneficiem da economia circular”, e vai passar a estar sob a tutela de Bruxelas; isto é, a partir de 2019 vai passar a ter o acompanhamento técnico da União Europeia, para que seja assegurado o cumprimento da legislação Comunitária sobre resíduos.

Alenquer e a Valorsul, cada qual na sua proporção, têm dado o seu contributo, para o incumprimento dos objetivos da recolha seletiva por parte de Portugal. Alenquer tem uma taxa de reciclagem medíocre e tem sido sistematicamente um dos municípios do subsistema da Resioeste que menos reciclam, e a Valorsul, desde que tomou conta desta empresa, deixou de apostar na reciclagem, e esta estagnou na região Oeste.  Tal como a Alambi tem demonstrado nos seus trabalhos, no último trabalho, apresentado em setembro, a taxa de reciclagem na região, em 2017, está quase 7 Kg/habitante abaixo da taxa de 2009, e apenas 0,3 Kg/habitante acima da taxa de 2012, quando a Resioeste foi integrada na Valorsul. As metas têm-se tornado cada vez mais exigentes, e grande parte das autarquias alhearam-se desta questão. Quanto à Valorsul, esta é uma empresa detida maioritariamente por capital privado, que mostra estar mais interessada nos sectores que dão lucro, nomeadamente a deposição em aterro e a incineração e produção de eletricidade, e mostra assim que não é uma entidade fiável para liderar a prossecução dos objetivos a que o país está obrigado.

Todavia, não são apenas o governo, os municípios, e as entidades gestoras que falham no cumprimento destes objetivos. Para grande parte do público, mesmo com toda a informação sobre a temática ambiental que circula, este é um tema irrelevante, que não merece qualquer atenção nem preocupação.

 

 

@Francisco Henriques (2018)

Presidente da Alambi

Alenquer, 09 de novembro de 2018

 

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