Ex-BA2 de OTA: 60 anos ao serviço da Força Aérea
01/05/2000Ex-BA2 de OTA
60 anos ao serviço da Força Aérea
Foi numa manhã ventosa que no passado dia 11 de Abril de 2000 se celebrou o “Dia da Unidade” do CFMTFA” (Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea) ex-BA2 da Ota.
Cedo começou o programa das comemorações com o hastear das Bandeiras às 09:00 horas seguido, de imediato, pela colocação de coroa de flores junto ao monumento aos mortos. Pelas 10:00 horas começaram a chegar os convidados e às 10:30 chegou à unidade o General Alvarenga dos Santos, Comandante do Estado-Maior da Força Aérea. Com a presença de diversas individualidades militares e civis, começou a apresentação das Forças em Parada; imposição de Condecorações a Militares e entrega de placas a civis da Unidade tendo culminado com o esperado desfile das Forças em parada, sobrevoadas por uma esquadrilha de F16. O programa terminou com a exibição da Banda da Força Aérea.
Com uma fisionomia severa, fria, desumana, mesmo melancólica, mas de certa maneira simpáticas, a tudo assistiram as quatro aeronaves que criteriosamente alinhadas na parada, mais uma vez “Cumpriram para além do dever” ao servirem de pano de fundo às comemorações do 60º Aniversário da ex-Base da Ota. Eram um Fiat G91, um Cessna T33 e um T38 que são já relíquias do Museu do Ar e também um Cessna FTB33 que ainda está operacional ao serviço do Correio Aéreo Militar.
Durante o almoço que entretanto foi oferecido aos convidados, ouvimos o Comandante do CFTMFA, o Senhor Coronel Piloto Aviador Carlos M. Amaral Félix que nos disse que como em qualquer aniversário, seja ele da unidade ou individual, é dia de festa. É um dia em que todos se excedem, no sentido de mostrarem como trabalham, e como são como pessoas e como instituição. Além da academia militar que se destina à formação de oficiais do quadro permanente é aqui a porta de entrada para a Força Aérea. É aqui que milhares de jovens contactam pela primeira vez com a Força Aérea e depois saem com cursos técnicos altamente especializados.
Também não se mostrou preocupado com o destino da unidade perante a instalação do novo aeroporto, porque uma coisa é a localização física, pese embora todo o historial da presença da Força Aérea neste local, mas outro aspecto é que pode ser em qualquer local. Se os órgãos do Estado entenderam que é aqui que vai ser o aeroporto, não há qualquer obstáculo nesse sentido: irão continuar a trabalhar noutro local qualquer do país.
A Base Aérea da Ota foi criada em 31 de Dezembro de 1937 e instalada inicialmente em Alverca: em 1939 passa a ter a designação de Base Aérea nr. 2 (BA2). Em 14 de Abril de 1940 as novas instalações, construídas junto à povoação da OTA, são inauguradas e aí são activadas unidades operacionais com aviões “Gloster Gladiator”, “Junkers JU-52” e “Junkers JU-86”.
Em Maio de 1941, é a BA2 incumbida de organizar a Esquadrilha de Caça nr. 2, equipada com aviões “Gladiator” que iria instalar-se na Ilha Terceira (Açores). Entretanto, outros aviões sofisticados da época – “Mohawk”, “Aircobra”, “Wellington”, Hurricane”, “Spitfire” e “Blenheim” – vieram reforçar os efectivos da Base Aérea nr. 2.
A partir de Janeiro de 1952 são recebidos os “F-47 Thunderbolt” que vão formar as Esquadrilhas 10 e 11.
Em Janeiro de 1953 são aumentados à carga os primeiros aviões a reacção da FAP, dois “De Havilland Vampire”. Em 15 de Maio do mesmo ano, os primeiros 25 aviões “F-84 G Thunderject” são aumentados à carga e tornaram a BA2 a mais importante Base Aérea até ao fim da década.
Ainda em 1953 é criada a Esquadra de Instrução, equipada com aviões “Lockeed T-33A Shootingstar”, para formar pilotos para as Esquadras Operacionais que se mantêm até finais de 1974, altura em que foram definitivamente transferidos para a Base Aérea de Monte Real.
No ano de 1960 a BA2 sofreu uma transformação radical, deixando de ser uma Base Operacional para uma Base de Instrução e inicia-se a organização de uma Esquadra de Transporte Médio, equipada com aviões “Noratlas”.
Para instrução elementar de pilotagem, nomeadamente a alunos de Aeronáutica da Academia Militar, foram destacados para a BA2 aviões “De Havilland Chipmunk” que aqui permaneceram até 1970, altura em que passaram para Sintra. Em 1974 regressam para formar a Esquadra de Instrução Elementar de Pilotagem.
Em 1975 foi formada uma Esquadra com aviões “Cessna FTB 337”, recém–adquiridos em Reims (França) com a função de treino, ligação e transporte, apoio civico, etc..
Em Novembro de 1976 foi criado o Centro de Instrução nr. 2 (CI2) para a instrução elementar de pilotagem (com aviões “Chipmunk”), especialistas de radar e para a integração das escolas de formação e preparação militar técnica.
Em 1992 a designação da Base Aérea nr. 2 é alterada para Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea.
VER:
Intervenção do Comandante do CFMTFA, Coronel Amaral Félix
©Hernâni de Lemos Figueiredo (2000)
diretor do Jornal D’Alenquer
in Jornal D’Alenquer, 1 de Maio de 2000, p. 18 e 19
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