Entrevista a… Jorge Riso, na hora da despedida

Entrevista a… Jorge Riso, na hora da despedida

10/10/2013 1 Por hernani

 

Última entrevista como presidente da câmara de Alenquer

 

Entrevista a… Jorge Riso, na hora da despedida

 

“Fui um presidente de transição, nunca quis ser mais que isso, e deixo hoje a câmara em melhores condições, para que o que vem a seguir continue, agora com um projecto com outros paradigmas”

Jorge Riso, na sua última entrevista como presidente da Câmara de Alenque

 

Foram duas as entrevistas mais mediáticas que Jorge Riso me concedeu como presidente da câmara de Alenquer; se podermos incluir neste pacote a entrevista concedida ainda como candidato ás autárquicas de 2009, poderei considerar que estas foram as três conversas mais interessantes que tivemos sobre a vida autárquica.

Na primeira entrevista, em Outubro de 2009, ainda no rescaldo da sua vitória interna sobre Luís Rema na escolha do candidato socialista para a Câmara, Jorge Riso mostrou-se ambicioso ao querer a maioria, e também convencido, pelo facto de estar há dois mandatos na Autarquia, e de conhecer mais de perto a sua gestão, que estava em melhores condições do que qualquer outro candidato. Se acrescentarmos a isto a sua proclamação de “ter ideias novas para Alenquer”, convenceu-se que estava preparado para ser o próximo presidente de Câmara.

Na segunda entrevista que me concedeu, em 11 de Outubro de 2009, em plena sede da Campanha Eleitoral do Partido Socialista, e logo após a convicção de que a vitória estava assegurada, registei as suas palavras na primeira entrevista como presidente de câmara. E aí afirmou que nunca faria mais que dois mandatos como presidente da Câmara de Alenquer.

Hoje, 10 de Outubro de 2013, a três horas da tomada de posse do seu sucessor, Jorge Riso confessou-me que tinha sido um presidente de transição, e que nunca quis ser mais que isso; e que deixava a câmara em melhores condições, para que o que vem a seguir continue, agora com um projecto com outros paradigmas. Foi a sua última grande entrevista como presidente da Câmara Municipal de Alenquer; quase que poderia assegurar que também foi o seu último acto político em tal condição.

Chorar? Não. Mais uma sensação de alívio, alguma frustração também e, ao mesmo tempo, já uma imensa nostalgia. Contudo, uma certeza absoluta que a sua saída fora uma medida bem pensada, não precipitada; e com isso concretizou uma saída como sempre quis, pelo seu próprio pé.

Foram duas horas de agradável conversa, aliás, como foram sempre as anteriores, onde Jorge Riso foi igual a si próprio e expandiu tudo o que ia no seu coração. No fim, um homem calmo, com o coração em paz. “A paz do coração é o paraíso dos homens” (Platão).

Como se sente na “hora da despedida”?
Sinto-me de algum modo frustrado por não ter realizado aquilo que eu pensava que seria possível realizar. Mas, porque não dizê-lo também, já com alguma nostalgia. No entanto, na certeza absoluta, foi isto que eu quis fazer.

Está a afirmar que não quis recandidatar-se?
Sim; não foi uma atitude precipitada, foi muito pensada. Quando chegou o momento da saída, era uma saída que já estava preparada, que fora muito querida, que fora pensada. E nesse aspecto sinto-me aliviado, de alguma forma; mas, também, com o sentimento do dever cumprido.

Então, as suas expectativas quanto às “ideias novas para Alenquer”?
Essas são algumas das expectativas que tinha no início do mandato e que não alcancei por constrangimentos vários e, reconheço-o também, por falta de capacidade, embora sinta que fiz o melhor que sabia e podia; estou de consciência tranquila.

Talvez esta não fosse a saída que ambicionava!…
Saio como eu queria sair, pelo meu próprio pé. E é preciso saber entrar e é preciso saber sair. Acho que estou a saber sair com dignidade e com a consciência tranquila. E saio muito melhor, quando de facto o Partido Socialista teve uma grande vitória nas eleições autárquicas; quando o seu candidato foi apoiado por mim, embora não como presidente de câmara, mas teve o meu apoio como cidadão e como socialista. Desejo de facto que o meu sucessor tenha as maiores felicidades, e que o exercício deste novo mandato seja mais fácil do que o anterior foi para mim; porque se isso acontecer Alenquer ficará melhor, e é isso que eu anseio como Alenquerense.

Os “constrangimentos vários” que aflorou acima foram o principal motivo para não se recandidatar?
Esta história, vou agora contá-la pela primeira vez. Porque esta história tem que ser contada. Há 4 anos, quando decidi candidatar-me dentro do PS, disse-o, e os socialistas sabem-no, que eu queria ser um presidente apenas para dois mandatos; por vontade própria. Acontece que foi um mandato extremamente difícil: em minoria, com orçamentos de Estado completamente difíceis de pôr em prática, com as dívidas da Autarquia e a alteração do quadro legislativo, como a Lei dos Compromissos, a Lei dos Dirigentes, a redução de pessoal, etc.. Foi tudo a tirar autonomia e competências e a criar dificuldades à gestão da autarquia. E, não há nada a esconder, as convulsões internas, dentro do próprio executivo, com os elementos que me acompanhavam, também me dificultaram muito a vida, e não foram fáceis de ultrapassar. Tudo isto fez com que no quase final do mandato tivesse que equacionar se cumpriria ou não os dois mandatos que, dentro do partido, tinha proposto.

E a “equação” deu o resultado que conhecemos: a sua não recandidatura.
Permita que diga, que eram 2 mandatos porque entendia que daqui por quatro anos, eu teria 64 anos e achava que deveria de dar o lugar aos mais novos. Essa seria de facto a perspectiva. Ora, quando há que decidir, nós temos que equacionar várias coisas: em termos de vantagens pessoais eu não tinha nenhumas, isso também conta, pois quando nós prejudicamos a família, por muito ausentes, e se não temos contrapartidas pessoas, a motivação não se manterá igual pelo tempo adiante.

E eu pensei numa coisa, e isso também foi dito no meu partido. Pensei que era a altura ideal para aparecer um novo candidato. Eu quero sempre que o PS ganhe as eleições e com um bom candidato; e nós tínhamos entre nós um hipotético bom candidato (n.d.r.: Pedro Folgado). Na altura não tinha a exposição mediática que eu tinha e a sua obra não era visível; era um candidato que não tinha tido responsabilidades políticas na autarquia. Em suma, por estar mais resguardado teria mais vantagens.

É sempre arriscado apresentar um candidato “desconhecido”!…
Havia um dado que para mim era muito importante (já lhe disse cara-a-cara, portanto agora posso divulgá-lo): nunca imaginei que o Nuno Coelho fosse novamente o candidato do PSD; e ao sê-lo, seria sempre um candidato mais fácil de vencer do que um outro que nós não sabíamos quem poderia ser. Porquê? Porque, o PSD com o Nuno Coelho já tinha perdido com o Álvaro Pedro e já tinha perdido comigo. Nuno Coelho era um candidato fragilizado. Por outro lado havia o desgaste do PSD pelo facto de estar no governo. E portanto, estavam a criadas condições para que o Partido Socialista, e o Pedro Folgado, pudessem sair vitoriosos. Sendo assim, estando eu também desmotivado, estando eu de alguma forma frustrado, por que é que eu deveria de estar mais um mandato, se estava “quase garantida” a vitória do PS? Isso também foi o que me levou a pesar bem na decisão.

Não foi muito bem aceite no seio do PS a sua decisão da não recandidatura.
Confesso que tive várias pressões do Partido Socialista para continuar. Mas estou convicto, e digo isto com toda a humildade que era possível que comigo o PS ganhasse, mas não ganharia com a margem que ganhou o Pedro Folgado. E por isso felicito-o, e felicito também o PS. Ter uma maioria absoluta é muito bom, e acho que por esse facto podem fazer um bom trabalho. E eu acabo por sair ainda de consciência mais tranquila. Seria para mim muito mais penoso se o PS tivesse tido um resultado desastroso.

Gostou da vida autárquica?
Foi uma experiencia extraordinária, conheci muita gente, tenho mais amigos. Neste aspecto foi excepcional, foi uma experiencia muito boa. O desafio foi interessante. Gostei muito da vida autárquica, quero dizer isto. Eu não estou cá há 4 anos mas sim há 12. O primeiro mandato com o Álvaro Pedro foi muito enriquecedor, foi uma descoberta; gostei imenso. Lembro-me que nessa altura o Jornal D’Alenquer me atribuiu o prémio “Autarca do Ano”, num dos anos desse primeiro mandato; prémio se calhar injusto. (ndr: 2002) Aquele primeiro mandato foi mesmo bom. O segundo mandato com o Álvaro Pedro já foi um mandato mais difícil.

Pelo que percebi, o terceiro mandato não lhe reservou boas recordações.
Como presidente de câmara foi muito difícil, tive muitas noites sem dormir. Foi muito complicado termos compromissos (financeiros) para cumprir num determinado dia, e na véspera não termos dinheiro para o fazer. Foi muito desgastante. E, portanto, STOP, obrigado a todos, foi muito bom, gostei muito, mas está na hora. Mas o homem é um animal de hábitos, e não sei como vai ser o dia de amanhã, se não vou ter necessidade de ir à “Rolim”, ou à “Barnabé”. Mas pronto; eu já estive 30 anos na Força Aérea e não se tornou hábito ter lá voltado feito “piegas”; e aqui vai acontecer o mesmo.

É capaz de caracterizar as dificuldades de gestão de uma autarquia como a de Alenquer?
São quatro as áreas mais sensíveis e que criam mais dificuldades: a área da legislação, que é muito limitativa em relação à nossa autonomia; a área financeira, com a falta de receitas e a ligação ao Estado; a área das competências, com estas espartilhadas por uma série de organismos, e os licenciamentos é que sofrem as consequências; por fim, a área do pessoal, em que nós temos que cumprir muitas regras.

Vamos fixar-nos na “área financeira”, a parte problemática da gestão camarária.
Eu ainda não o disse, mas vou agora fazê-lo: a autarquia tinha uma dívida grande, ainda a tem, mas reduziu-a em quase 8 milhões de euros, e isso não pode ser esquecido; em 4 anos passou de 25 milhões para 17 milhões. É uma obra que foi feita, e a oposição também o reconhece.

A oposição reconheceu e “ajudou”…
É verdade, o trabalho não foi só meu, foi de toda a câmara, incluindo a Oposição. Claro que a Oposição (PSD) diz que “o PS foi obrigado a reduzir a dívida por causa da Lei dos Compromissos; tudo bem, mas a dívida foi reduzida. Na reunião de Câmara de 2.ª Feira (ndr: 7 de Outubro de 2013), o PSD reconheceu que, em termos financeiros, esta câmara terminou o mandato melhor do que o começou.

A redução da dívida foi uma boa performance, mas os fornecedores continuam descontentes.
A grande preocupação de quem gere os destinos de uma autarquia é cumprir os seus compromissos financeiros, e em relação aos fornecedores também melhoramos substancialmente: em 2009, a câmara de Alenquer pagava a 360 dias, hoje está a pagar a 180 dias. Eu sei que isto ainda é muito, ainda tem que se reduzir mais, mas já reduziu metade.

É muito complexo as empresas virem ter connosco. “Óh presidente, se não me pagar, a minha empresa pode fechar”; empresas do concelho, nomeadamente. Fiz sempre essa ginástica; privilegiei sempre as empresas do concelho em termos de pagamentos. Concentramos a nossa divida em duas ou três empresas a quem de facto agora devemos mais; do resto temos quase tudo pago. A Barraqueiro, a Valor Sul e a Pragosa, por exemplo, são as empresas onde a dívida está mais concentrada. Mas também a gerimos dentro das nossas possibilidades. Às mais pequenas, tentámos pagar para que não acontecesse aqueles tipos de situações. Foi esta a parte que eu tive mais dificuldades em lidar.

Na receita, os prazos são cumpridos?
Nem sempre. Enquanto a autarquia, através da Lei dos Compromissos, é obrigada a pagar a tempo e horas, o Estado paga às autarquias tarde e a más horas; e isso é impossível de gerir. Nós não podemos querer que as câmaras paguem a tempo e horas, quando o Ministério da Educação ainda não nos pagou a componente do apoio à Família do ano de 2011; o ano inteiro. Já pagou 2012, com muita pressão, mas o 2011 ainda não pagou.

Disse que a área das “competências” também era problemática para a gestão autárquica. Quer concretizar?
É muito complicado. Nós temos uma legislação muito complexa, que atira competências para uma série de organismos; todos têm que se pronunciar sobre tudo e mais alguma coisa. Os licenciamentos, onde nós damos a cara às pessoas, têm a montante uma série de entidades que não se pronunciam a tempo, que levantam imensos problemas; é um intrincado de leis que de facto nos deixa muitas vezes incapacitados… levam tanto tempo que nos desmotiva e que nos deixa de pés e mãos atados. Se calhar essa é mais importante do que propriamente a questão financeira.

Algumas juntas de Freguesias e colectividades queixam-se que não recebem da câmara aquilo que lhes é divido…
Mas isto depois é uma bola de neve. A câmara não tem receitas, o urbanismo parou, está na estaca “zero”, e as licenças das obras, que eram uma fonte de rendimento das câmaras, acabaram. O Estado transfere cada vez menos dinheiro, as AEC (Actividades de Enriquecimento Curricular) que eram pagas a 250 euros por aluno, agora são a 150 euros por aluno. Que a câmara este ano denunciou, porque 150 euros por aluno não dá. Ainda por cima é pago tarde e a más horas, é impossível nós cumprirmos os nossos compromissos. É tudo uma bola de neve.

Por fim, temos o “pessoal”, uma área também por si apontada como difícil…
É uma área onde nós temos que cumprir muitas regras. A câmara cumpriu tudo o que era obrigada a fazer pelos diversos orçamentos gerais do Estado, quer em termos de redução de dívida, quer em redução de pessoal; na nomeação de dirigentes cumprimos sempre, nunca fomos além daquilo que nos era imposto. Muitas vezes falta-nos pessoal em determinadas áreas e temos excesso noutras áreas. Não existe o equilíbrio desejável nem a capacidade de contratação. Neste momento, estamos deficitários em calceteiros e cantoneiros mas, se calhar, temos mais gente noutras áreas. Uma coisa é verdadeira: apesar deste desequilíbrio e do excesso de pessoal nalgumas áreas, não despedimos ninguém.

O quadro de pessoal da câmara engloba diversos jardineiros; como justifica a contratação de empresas de jardinagem para trabalharem nos espaços verdes públicos?
A contratação dessas empresas de jardinagens acabou neste mandato. Neste momento só temos concessionado o serviço da recolha do lixo e o serviço de limpeza urbana. Os trabalhos de manutenção dos espaços verdes são da responsabilidade da câmara. Neste momento, a limpeza Alenquer e Carregado, que está concessionada à Pragosa Ambiente, e a recolha do lixo, que está concessionada à Recolte, são os únicos serviços concessionados.

“Corrupção”, um assunto sempre polémico e sempre actual. Como não poderia deixar de ser, terei que lhe perguntar como está a situação na câmara?
É verdade; houve denúncias e foram levantados alguns processos, mas nunca se conseguiu provar nada. Sem provas é muito complicado. Nós somos obrigados a fazer relatórios semestrais sobre as nossas medidas de gestão anticorrupção. O que é que foi feito, o que é que estamos a fazer, etc. Às vezes são mais as vozes que as nozes. E sobretudo quando não se pode comprovar!…

No seu mandato fez tudo o que queria?
Não. Quando nós vimos para estas funções, ainda por cimo quando já cá estamos dentro, como era o meu caso que já cá estava há 2 mandatos como vereador, temos a noção como as coisas funcionam e aquilo que queremos fazer. E, de facto, há muita coisa que ficou por fazer. Mas também há muita coisa que foi feita. Não se fizeram grandes obras, mas também, não o disse, não caíram as obras financiadas pelo QREN. Estamos a construir dois centros escolares, estamos a fazer a segunda fase da via de cintura, portanto, tivemos este cuidado de não deixar cair essas obras que estavam a ser financiadas.

A segunda fase da via de cintura? Mas ela está quase sempre parada; nem as máquinas lá estão? Estas obras decorrem intermitentemente!…
Foi uma opção minha que as obras avançassem só quando houvesse verbas disponíveis. Fizemos um cronograma financeiro, com os empreiteiros, e eles sabiam quais os meses que iriam receber. E a obra avançou de acordo com o cronograma financeiro. Isto é um pouco ao contrário do que se fazia antes. Mas, na minha óptica, é preferível assim do que estar todos os dias a receber os empreiteiros a dizerem que têm a obra feita e que não lhes pagamos. E pagamos: pagámos o Centro Escolar do Carregado, e o Centro Escolar de Alenquer também está pago. E algumas dívidas que passaram para este ano estão todas pagas. E agora estamos a pagar estas que se estão a fazer, devagar, digamos assim, consoante as nossas possibilidades. É interessante, porque nós às vezes desvalorizamos um pouco as coisas boas que se fazem.

O que achou mais difícil no mandato, e porquê?
(uma longa pausa) A grande dificuldade deste mandato foi de facto a parte financeira. Foi o dinheiro, ou melhor, foi a sua falta. Esse é que foi o grande problema. Um presidente de câmara tem que assinar as folhas de vencimentos, para se pagar ao dia 23 (por mês são cerca de 500 mil euros). E houve meses em que, quase na véspera, eu não sabia se ia ter dinheiro para pagar a 600 funcionários. E isto é muito doloroso.

A parte humana da questão. Eu até diria mais; acho que um presidente de câmara tem que dar muita importância à questão humana. Nós temos 600 funcionários (importa dizer que 120 são do Ministério da Educação, que nos transfere o dinheiro para eles. E transferiu sempre atempadamente) que são pessoas, com agregados familiares, com compromissos como todos nós, que dependem daquele vencimento, que estão completamente desmotivados. Tem-lhes reduzido o ordenado, retirado as horas extraordinárias e o subsidio de Natal, retirados os transportes para casa. É muito doloroso a gente pensar que no dia 23 pode não haver dinheiro para lhes pagar.

Essa parte humana é muito frustrante. É lidar com pessoas que no seu dia-a-dia estão desmotivadas. Com certeza que há de tudo e, se calhar, também temos trabalhadores que não são cumpridores, como é óbvio, e eu não escondo isso. Mas também tenho excelentes trabalhadores. É muito doloroso a gente pensar que não lhes pode pagar. Mas isso, felizmente nunca aconteceu.

Houve Municípios que não respeitaram essa medida da retirada do subsídio de Natal.
A Câmara de Alenquer pagou sempre o subsídio de Natal a todos os funcionários.

Como é que a câmara tem gerido o dossier da água?
Esse dossier, na minha opinião, está fechado. A questão dos custos da água e da concessão da água, que já vem de trás, permitiu que neste momento uma grande parte da tubagem para consumo humano esteja substituída.

Mas à custa do consumidor!…
Isso irá ser sempre assim. Tanto irá ser assim, que muito brevemente a verticalização dos sistemas de água vai ser para todo o Oeste. É verdade que é a custa do consumidor, mas a câmara não teria capacidade de o ter feito. Neste momento, existiu e foi revisto o contrato de concessão da água, há um reequilíbrio financeiro da empresa concessionária. Poderemos questionar o porquê de nós termos sido pioneiros. É uma boa questão mas, o futuro, a curto prazo, vai dar-nos razão. E, ao contrário do que dizem que quem tem os serviços concessionados irão ter que os municipalizar, eu penso que irá ser ao contrário.

Não lê a factura da água, deveras penalizadora para os munícipes?
Desafio os consumidores, que têm contadores nos municípios de Alenquer e de Torres Vedras, por exemplo, a verificarem onde pagam mais.

A engenharia financeira que se criou e que penalizou o consumidor, como a da taxa a seguir à obrigatoriedade da não cobrança da licença do contador de água!…
Tem razão. Porque é que eu vou dizer que não? É sempre à custa do “desgraçado”. É uma taxa que foi aprovada pela câmara. Mas ao contrário, há municípios aqui vizinhos nossos, que têm os serviços municipais e onde a água é extremamente barata; aliás, não é a água que é barata: a câmara é que está a subsidiar o preço da água para que ela chegue barata ao munícipe. A câmara tem que despender uma verba, porque, senão, os serviços dariam prejuízo. E isto tem que ser equacionado.

De quem partiu a iniciativa dessa taxa?
A iniciativa partiu da ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos). Esta entidade é quem decide. Nós atribuímos o valor, e essa entidade aceita ou não esse valor. Esta situação foi aprovada na câmara sempre por maioria, com os votos favoráveis do PS e do PSD e o voto contra do vereador da CDU.

Alguma medida que tenha tido por boa e que não tenha sido bem aceite pela população?
Há. Há uma medida, que a população não iria aceitar, mas que foi chumbada na Assembleia Municipal, mesmo por deputados do PS, e que eu achava que era boa, embora possa parecer que fosse má. O serviço de transporte das crianças do Jardim Pré-Escolar em todos os concelhos da região Oeste é pago; em Alenquer é gratuito. No início do mandato, propusemos que também o nosso serviço de transportes do Pré-Escolar fosse pago, com excepção evidentemente das pessoas carenciadas, mas a Assembleia Municipal chumbou.

Um serviço que é gratuito passaria a ser pago. Para si é uma boa medida?
Vou dizer porque acho que era uma medida boa. Porque, ao ser gratuita, todos os encarregados de educação inscrevem os seus filhos nos transportes. Os transportes são assegurados pelas juntas de freguesia e pelas colectividades, e nós pagamos-lhes esses transportes. Só que depois os pais não os utilizam. Vão levar os meninos à escola. Mas como é gratuito, inscrevem-nos sempre.

Nós temos que delinear os circuitos para aqueles que se inscrevem, aqueles que os utilizam. Mas, a maior parte do ano os transportes ou não são feitos ou andam vazios, e a câmara está a pagá-los na mesma. Nós sabemos que é assim.

Esta proposta chumbada seria uma medida de poupança para a câmara. Claro que entenderam que isto seria retirar um direito às pessoas, até porque o Pré-Escolar não é obrigatório. Quisemos implementar esta medida e a própria Assembleia Municipal chumbou. Eu nunca concordei com isso, porque conheço a realidade. Mas faz de conta que é uma maneira de subsidiar as juntas de freguesia e as colectividades.

Há alguma medida que a população tenha sido preponderante na sua rejeição?
Há uma medida que eu não tomei mas que decorreu da imposição dos concursos. As autarquias são obrigadas a abrir concursos para a prestação de serviços, e nós fizemo-lo para o serviço de refeições escolares. A empresa que ganhou o ano passado, teve alguns problemas e a população contestou e veio aqui várias vezes. De facto, neste mandato o mais forte em termos de contestação, foi essa atribuição do serviço de refeições escolares a essa empresa, onde as pessoas entendiam que nós deveríamos regressar à mesma empresa que tinha fornecido no ano anterior. Ora, num concurso público, isso não é possível. Tem que ser aquela empresa, embora nós possamos reconhecer que não seja a melhor. E ocasionou, de facto, muitas reuniões, e as pessoas vieram muito às reuniões de câmara. Foi uma medida muito contestada, mas nós não tínhamos outro remédio. As coisas depois melhoraram bastante, mas foi um ano em que levei muita “tareia” por causa disso.

Quais as melhores medidas tomadas?
A melhor medida deste mandato penso que foi não deixar cair as obras que nós estávamos a fazer. A determinada altura, face à situação financeira da câmara, colocou-se a questão de abandonar a construção dos centros escolares, obras financiadas em cerca de 65%. Apesar de estarem assentadas em freguesias como Vila Verde dos Francos e Cabanas de Torres, onde a população escolar é muito flutuante, pois tão depressa há um crescendo como há uma diminuição, entendo que foi uma boa medida, não abdicar dessas obras, continuar a fazê-las, mesmo lentamente. Seria mais fácil ter acabado com elas. Tínhamos hoje uma situação financeira melhor mas, acho que foi uma excelente medida para o concelho.

Uma outra medida, que também acho que foi boa, foi acabar com a concessão do serviço dos espaços verdes. Houve uma grande poupança. Os trabalhadores da câmara demonstraram que são capazes de fazer tão bem ou melhor. Com dificuldades, como é óbvio, mas está a manter-se e, portanto, acho que foi uma boa medida.

E as piores?
Olhe, uma medida má. O nosso concelho é extremamente rico em colectividades, e nunca se teve, nem nunca se irá ter, penso eu, uma distribuição justa de apoios às diferentes colectividades. Era feito um bocado pelo conhecimento do vereador, e eu fui vereador das colectividades, e partiu-se para um regulamento, que nunca se implementou. Foi uma má medida, porque as colectividades ficaram com menos apoios, apesar do momento também ser um momento crítico. A regulamentação retirou apoios às colectividades, mas também nunca foi implementado na sua globalidade. A medida foi boa mas depois, apesar de bem intencionada, na prática foi uma má medida. O regulamento está suspenso. Neste momento não há nada. Está parado e está a prejudicar as colectividades.

Teve algumas medidas impopulares, como a isenção de trabalho para os funcionários no dia do seu aniversário. O que o levou a tomar essa medida?
Não me arrependo nada dessa medida. O que é que acontece: eu, ao contrário de muita gente, julgo que os funcionários públicos estão ser muito castigados de algum tempo a esta parte; têm uma grande desmotivação, como eu já disse no início. Estão desmotivados, estão mal pagos, não têm progressão na carreira, a Lei dos Dirigentes é uma “burrice”, e portanto, o que é que acontecia: no dia do aniversário, os trabalhadores metiam um dia de férias. Isto na generalidade, pois não eram todos. Em termos das equipas elas ficavam sempre desfavorecidas. Essa medida veio permitir que eles de alguma forma tivessem esse benefício de pouparem um dia de férias, porque em termos da orgânica do trabalho e da gestão do trabalho era a mesma coisa, ganhavam apenas um dia de férias. Foi uma maneira de os motivar. Penso que não foi por isto que a câmara viu a sua produtividade abalada. Foi mais simbólico que outra coisa. E foi uma maneira de motivar as pessoas, também.

Qual a percepção que tinha da recepção das suas medidas, fossem elas boas ou más?
Eu vou dizer uma coisa muito interessante, e acho que deveria ser estudado sociologicamente: No início do mandato as pessoas eram muito mais contestatárias que hoje. Acho que as pessoas estão desiludidas, estão perdidas. As pessoas já não se dão ao trabalho de protestar. As pessoas perderam a esperança. As pessoas estão zangadas. As pessoas já não se ralam. Agora, os funcionários públicos tem mais uma hora de trabalho por dia. Não vai em nada aumentar a produtividade da Administração Pública, na minha opinião. Um funcionário da câmara diz-me assim: “eu já nem digo nada; eu quero é ter o meu ordenado ao fim do mês; nem que me mandem cá ficar de noite”. Isto está mesmo já no limite. E as pessoas, neste momento, contestam muito menos do que no início do meu mandato.

Era costume as pessoas irem queixar-se ao presidente?
Por achar interessante, mantive a metodologia do meu antecessor, não ter dia nem hora marcados para receber o público. Recebi-o a toda a hora. E veio aqui muita gente, só para desabafar. Só para conversar e dizer das suas mágoas. Veio aqui uma pessoa do Carregado dizer-me: “ó presidente, eu venho dizer que não vou pagar o IMI. Vou ficar sem casa, mas não vou pagar o IMI”. Tudo bem, tenho pena, mas o IMI é com as Finanças, não é com a câmara. “Tive que comprar os livros do meu filho para a escola, e fiquei sem dinheiro para pagar o IMI”. São estes momentos de desespero das pessoas. “Não vale a pena, eu não tenho dinheiro, a mulher está desempregada, sou eu sozinho, tenho que pagar a casa…”. As pessoas já nem contestam; estão desiludidas. Vem só partilhar, quando aqui a alguns anos viriam para aqui contestar “com cartazes e pistola na mão”, e agora vêm só desabafar.

Qual a medida que hoje não teria tomado?
(mais uma pausa. “Estou a pensar”). Se calhar, algumas foram mal sucedidas, não se conseguiram pôr em prática. Por exemplo, lembrei-me de uma: a questão da Feira da Ascensão, que me pareceu ser uma excelente medida trazê-la para a vila; se fosse hoje, não a teria tirado da Romeira. A feira na Romeira não conseguia animar o comércio local nem estimular o impacto que todos nós esperaríamos que acontecesse. Esta foi uma das razões que me levou a tomar a decisão. Aliás, não foi tomada por só mim, foi por toda a câmara, por unanimidade, porque pensávamos que de facto iria ter outros efeitos no comércio local. Não teve, e o ano passado ao regressar à Romeira, não por iniciativa nossa mas da própria ACICA, acabou por se provar que o efeito é o mesmo e que não houve aquela mais-valia para o comércio local que eu gostaria que tivesse havido.

Alguma vez se sentiu “atraiçoado”?
Isto é engraçado, nós às vezes pensamos que acontece só connosco, mas o que se passou em Alenquer passou-se noutras câmaras do país, e algumas aqui vizinhas também, em que o executivo não se manteve do princípio até ao fim. Durante este mandato houve expectativas que se goraram, como é óbvio. Eu trazia uma equipa para a câmara, mas confesso que não tive uma relação de trabalho de grande eficiência com a vereadora que acabou depois por sair (ndr: Maria Manuela Mendes, PS), que me criou alguns problemas; e depois com o vice-presidente (ndr: João Hermínio, PS), que eu considero, e disse-lhe isso na cara, e acho que devo também dizê-lo em público, que é uma pessoa muito trabalhadora, que foi uma mais-valia aqui, nomeadamente no Departamento de Urbanismo, e que depois por opções politicas que só a ele compete dizer, se o quiser, decidiu enveredar por outro caminho (ndr: Cabeça de lista pelo Bloco de Esquerda), e deixou aqui uma situação muito incómoda.

Com três elementos do PS no início do mandato, o senhor ficou sozinho.
De facto, ficámos só duas pessoas, eu e a vereadora Sandra Saraiva (ndr: vereadora do CDS eleita na lista da CPNT) que ficou até ao fim, que me acompanhou, e a quem eu reconheço que nunca me abandonou, permitindo-me terminar o mandato com alguma dignidade; e que também teve um bom desempenho. Por isso foi uma grande dificuldade. Atraiçoado não me senti. As coisas foram discutidas aqui nesta mesa onde estamos hoje a conversar; não nos entendemos, o caminho tem que ser outro, mas estamos todos bem. Agora que não foi agradável, isso não foi. Em termos de traição, traição é quando uma pessoa faz de propósito, entendo assim, para fazer mal, para se vingar, nesse aspecto não.

Quando é que teve a percepção que não poderia contar com o vereador João Hermínio?
No dia em que foi público que ele se candidatava pelo BE; só nesse dia. É claro, eu também não estou dentro de um saco, vamos lá dizer tudo clarinho. Ouvia-se “zuns zuns”, tinha essa ideia, o João, nunca mo disse, e eu nunca lho perguntei. Nunca falámos sobre isso. Ele teve sempre um comportamento muito digno aqui dentro, mesmo depois da eleição (ndr: eleições para escolha do candidato do PS). Nas suas funções de vereador continuou sempre empenhado, trabalhador, a fazer um bom trabalho. Sobre isso não tenho nada a dizer. Embora, como eu disse, eu não ando dentro de um saco, e ia ouvindo. Se ele não mo dizia e eu também não lho perguntava. A partir do momento em que de facto é público que ele era candidato, aí nessa altura tivemos uma conversa, e foi uma conversa também de alguma forma amistosa.

Como foi a retirada dos pelouros ao vereador João Hermínio?
Foi ele mesmo que pediu a rescisão dos seus pelouros.

O sentimento do pessoal da câmara é igual agora, que está de saída, ao daquele da sua chegada?
Há duas maneiras de ver a situação. Posso dizer que me vão fazer um jantar, mas eu não quero jantares de despedida; eu costumo dizer que será para ver se eu me vou mesmo embora. São só trabalhadores, porque eu não aceito outro tipo de jantares, e onde já estão 200 inscritos. Não é por aí que eu meço, nem vou contar quantos estão nem me interessa dos que vão e dos que não vão. Tenho muito prazer em conviver com eles.

Com tantas regalias cortadas, mesmo assim o pessoal foi generoso consigo.
Essa questão é verdadeira, perderam-se muitas regalias desde que eu cá estou. Cortaram-se os transportes para os trabalhadores. Porque é que se cortaram? Foi por minha iniciativa própria? Não; foi o Tribunal de Contas, não a este município mas a outro (ndr: Município de Palmela), que disse que era proibido manter esse tipo de situação. Acabaram-se os transportes. As horas extraordinárias estão no “zero”. Havia dirigentes, e ainda hoje são dirigentes sem o serem, ou seja, desempenham funções e não são remunerados por isso, (chefes de Divisão). Esta câmara, neste momento, só tem dois directores de Departamento. O Chefe de Divisão e o Chefe Operacional. Reformaram-se e não foram substituídos. Há pessoas que estão a desempenhar funções que não estão a receber por isso. E isto, há uma perda de regalias das pessoas efectiva que não pode motivar as pessoas. Nada aconteceu porque ao presidente lhe apetecesse, nenhuma destas medidas foi imposta por mim, elas decorreram das medidas do Governo. Agora é o Governo que decide quantos dirigentes tem uma câmara. E os trabalhadores sabem isso, e até há uma excelente relação. Não considero que os trabalhadores pensem que fui eu que criei essas medidas e esse mau ambiente.

Qual foi a sua última medida política?
A última medida política tem a ver precisamente com a pergunta anterior. Foi hoje ter ido, um a um, a todos os trabalhadores que cá estão. Não consegui ir às escolas mas farei lá chegar a mensagem. Foi ir um-a-um dizer-lhes obrigado pela disponibilidade que sempre demonstraram, pelo trabalho que desenvolveram, porque os trabalhadores da câmara vão estar cá, infelizmente, até aos 65 ou 66 anos. Os políticos vão e vêm, e eles vão continuar a ser, enquanto vestirem a “farda” da câmara, vão continuar a ser o espelho com a imagem da câmara. Os políticos vão e vêm e qualquer dias ninguém se lembra deles; os trabalhadores vão passar aqui uma vida cada vez mais difícil.

A nova gestão foi acusada de uma certa continuidade da era Riso, tal como Riso fora acusado de ser uma continuação da “era Álvaro Pedro”. És capaz de caracterizar o que fez para se distanciar dessa realidade que o precedeu?
Acho que esta entrevista vai desmistificar um bocado essa visão. No entanto, não deixa de haver continuidade. Mas quando se diz continuidade diz-se no mau sentido. No mau sentido eu acho que houve muita coisa que foi descontinuada, que foi quebrada. Há muita coisa que, e eu vou já falar na questão das concessões dos serviços que foram quebrados, a redução da dívida, a questão dos transportes, há uma série de medidas que não são de continuidade do que vem de trás. Agora, e muito bem, quem observa isso pode fazê-lo, eu sempre disse; voltamos à primeira questão da entrevista: eu sou um presidente de transição, nunca quis ser mais que isso. E deixo hoje a câmara em melhores condições, para o que vem continue agora um projecto com outros paradigmas. Deixo agora um caminho mais fácil, digamos assim, para que o próximo executivo, até porque tem outras condições políticas, possa de facto implementar aquilo que hoje são os novos paradigmas de uma gestão autárquica, que deixaram de ser o alcatrão, o pó de pedra e o tijolo, e que passaram a ser o social, a cultura e a educação.

Arrumou a “máquina das eleições”? (ndr: máquina do alcatrão)
Nunca está arrumada, pois quem percorra os caminhos do concelho apercebe-se bem disso.

Como analisa esta nova equipa na perspectiva de ser “uma continuidade de Jorge Riso”?
Não gosto da frase “da continuidade da era Jorge Riso”. O Jorge Riso foi um presidente de transição, que felizmente passou o mandato para uma maioria do PS. Com pessoas, todas, com formação académica suficiente. Ou seja, temos dois professores, um que é presidente de câmara e um outro, que suponho eu, irá assumir as áreas nomeadamente da educação e da cultura. Penso que está vocacionado para isso, até pelo trabalho que fez enquanto professor num agrupamento de escolas, e que eu reputo de muito bom e de excelência; impecável. Depois temos uma técnica, que é arquitecta, para a área de obras e urbanismo, acho que é uma pessoa com capacidade e conhecimentos para isso. Temos ainda um outro vereador, da área da Estatística, mas com certeza dos números, em que pode dar um apoio importante na área financeira. Existe qualidade. Existe, por outro lado, o conhecimento do Pedro que esteve os últimos quatro anos dentro da câmara, não como vereador mas que se inteirou de tudo o que quis, e também do que não quis. Estão reunidas as condições para que de facto o Partido Socialista através destes elementos possa de facto continuar um trabalho, que vai ser diferente, mas com certeza será um bom trabalho pela capacidade das pessoas. Se houver uma continuidade do trabalho feito pelo Partido Socialista desde o 25 de Abril até agora, eu fico feliz; será excelente.

Qual vai ser o futuro político de Jorge Riso?
Não vai ser. Eu neste momento faço parte da comissão política nacional do Partido Socialista, sou o presidente da comissão política da FRO, são os únicos cargos políticos que tenho. Mas também não ambiciono a mais do que isto, e quando houver eleições logo se verá.

Quer deixar uma última mensagem aos munícipes?
Quero. Não, não vou chorar, até porque estou muito satisfeito. Em primeiro lugar agradecer aos munícipes, àqueles que depositaram em mim a sua confiança, àqueles que manifestaram ao longo destes quatro anos total apoio, àqueles que insistiram comigo para que eu me recandidatasse, quero agradecer-lhes essa posição, mas quero dizer-lhes que de facto o trabalho que foi feito, que eu reconheço que não foi muito, foi dentro de um quadro extremamente difícil, e que eu espero que tenha servido essencialmente como transição para o novo mandato. E desejar que de facto o próximo executivo consiga levar aos munícipes de Alenquer a concretização em realidade daquelas expectativas que, se calhar, criaram comigo, e que eu não fui capaz de satisfazer. Eu também sou munícipe, também sou de Alenquer, e quero o melhor para o meu concelho.

 

Hernâni de Lemos Figueiredo

©Hernâni de Lemos Figueiredo (2013)

Programador Cultural

Alenquer, 10 de Outubro de 2013

</p

Por favor, siga e goste de nós:

  Olá, muito obrigado por visitar este espaço.

Espero que a sua leitura tenha sido do seu agrado.

Se for o caso de nos deixar agora, desejamos que volte muito em breve.

Até lá… e não demore muito.     espreite