Idosos da Freguesia de Meca visitaram o Túmulo de Damião de Goes

Idosos da Freguesia de Meca visitaram o Túmulo de Damião de Goes

Pouco passava das 11 horas da manhã do dia 2 de Julho de 2015 quando teve inicio uma visita guiada dos idosos da Associação de Apoio a Idosos e Jovens da Freguesia de Meca ao Túmulo de Damião de Goes, na Igreja de São Pedro, em Alenquer. Pela Alenculta estiverem presentes Raquel Raposo, Alberto Santos e Hernâni de Lemos Figueiredo. Pela Associação, a Animadora Sócio-Cultural Rita Ferreira acompanhou 9 idosos.

Raquel Raposo deu conta da história do local, cuja data exacta de construção não é conhecida, havendo referências históricas da sua existência desde o séc. XIII; das reconstruções que sofreu, nomeadamente após ter ficado destruída devido ao terramoto de 1755. Elencou os vários pormenores artísticos relevantes, ao nível da arquitectura, escultura e pintura; e falou sobre a capela de Damião de Goes, sua trasladação da Igreja da Várzea para aquele local; dos elementos de interesse para a obra de arte; e, ainda, sobre o estudo arqueológico realizado sobre as causas de morte daquele Humanista Alenquerense.

Alberto Santos deu a conhecer a notável personagem de Damião de Goes, relatando todo o seu percurso, desde o seu nascimento em Alenquer em 1502, até à sua ida para a Corte de D. Manuel I, e posteriormente todo o seu percurso na então Flandres, onde foi colocado na Feitoria de Antuérpia por D. João III, e dos seus tempos de estudante nas melhores universidades europeias, que lhe permitiram o contacto com grandes nomes da sua época (humanistas e reformadores). Deu, também, a conhecer a sua mente enciclopédica, e a importância das suas Obras, nomeadamente a sobre a Descrição da Cidade de Lisboa e as Crónicas de D. Manuel, tão importantes para o conhecimento da sua época.

Hernâni de Lemos Figueiredo abordou a questão da intolerância religiosa que Damião de Goes foi vítima, dando variadíssimos exemplos de que, contrariamente à acusação que lhe foi feita, e que o fez cair nas mãos do Santo Ofício, era um Cristão Católico convicto, tendo feito muitíssimas ofertas às Igrejas de Alenquer. Falou do reino do Preste João (lendário soberano cristão do Oriente), onde se condensavam vários cultos – que foram relatados por Damião de Goes com tamanha mostra de tolerância.

Depois da visita àquele Monumento Nacional, o grupo foi convidado a ir à sede da Alenculta visitar a exposição dedicada aos “Moinhos – beleza de um património abandonado”, que lhe despertou bastante interesse por ser um tema ainda muito presente nas suas memórias.

©Hernâni de Lemos Figueiredo (2015)

Presidente da Alenculta

hernani.figueiredo@sapo.pt

965 523 785