A “comunicação” poderá inviabilizar a maioria absoluta a Pedro Folgado

A “comunicação” poderá inviabilizar a maioria absoluta a Pedro Folgado

27/09/2013 4 Por hernani

Autárquicas 2013

A “comunicação” poderá inviabilizar a maioria absoluta a Pedro Folgado

A entrevista concedida por Pedro Folgado a um jornal local e visionada no YouTube, seria de difícil aprovação se realmente existisse uma eficiente estratégia de comunicação e de gestão de imagem.

Não vou falar dos Manifestos Políticos, nem nas propostas que eles encerram: são todas normais para estas alturas. Uma única ressalva: parece-me que este ano todos primaram por uma semântica que a grande maioria da população, principalmente a rural, não estará habituada a descodificar, e por isso, terá mais dificuldade em perceber o que os políticos lhes estão a propor. É um problema de comunicação, que julgo não ter sido alcançado com sucesso pelas diferentes candidaturas.
Este meu comentário é o único que fiz sobre o resultado das diversas sondagens. E é feito ainda com a última sondagem em aberto (encerra automaticamente às 24,00 de amanhã). Mas dá perfeitamente para fazer uma leitura da tendência de voto ao longo deste período das 6 sondagem.
É um trabalho dividido em 11 partes: (1) Razões porque desejo que estes períodos eleitorais cheguem depressa ao fim, (2) Variáveis que entram na escolha popular, (3) A “democracia do público” destronou a “democracia de partidos”, (4) A situação dos “notáveis”, (5) A importância da imagem na “democracia do público”, (6) A estratégia de comunicação na campanha eleitoral, (7) Imprensa partidária pouco credível, (8) A ausência da “imprensa de opinião”, (9) A badalada entrevista de Pedro Folgado, (10) A tendência do sentido de voto das 6 sondagens, (11) O meu voto.
1 – Razões porque desejo que estes períodos eleitorais cheguem depressa ao fim.
“Eleições, ou o melhor, os períodos eleitorais, confesso que não são os momentos áureos da minha predilecção; estou sempre a desejar que o seu término chegue o mais rápido possível”. Recupero aqui as minhas palavras iniciais no trabalho sobre as 6 SONDAGENS PARA A CÂMARA MUNICIPAL DE ALENQUER. São vários os motivos que me levam a pensar assim.
Primeiro, não têm razão aqueles que querem colar a candidatura de Nuno Coelho ao Governo do país, nem têm razão aqueles que querem colar a candidatura de Pedro Folgado às anteriores gestões autárquicas socialistas. Primeiro, estas eleições são para o Poder Local e não para a Assembleia da República. Segundo, estes candidatos não tiveram quaisquer responsabilidades políticas naquelas realidades respectivas.
Segundo, também, no lugar de explicarem as propostas dos seus manifestos eleitorais, embora muitas delas sejam meramente medidas conjecturais, alguns agentes políticos limitaram-se ao bota-abaixo. À falta de argumentos da bondade das suas propostas, o que valeu foi a valoração dos por si julgados defeitos dos seus opositores conjunturais. Só a fraca política de alguns políticos fracos permitiu este tipo de discurso que muito poderá inflacionar os números da abstenção nas eleições de domingo.
Terceiro, igualmente, por verificar que alguns dos recém-chegados à “luta política” foram os mais entusiastas nesta dialéctica; foram os mais afoitos nos ataques à dignidade dos seus opositores ocasionais, alguns deles com muitos anos nestas andanças. Verifiquei que não apreenderam o verdadeiro significado das palavras por si proferidas. Apetece-me dizer que eles julgaram “ter descoberto a pólvora”.
Por fim, o mais lastimoso. Nalguns casos, alguns agentes políticos não se coibiram de provocar a discórdia no seio de famílias até aí tradicionalmente unidas e dialogantes. Noutras famílias que não as suas, entenda-se.
Como é óbvio só tomei aqui em consideração os comportamentos por mim julgados desviantes. Em suma, por via destes, julgo existir um nivelamento por baixo.
2 – Variáveis que entram na escolha popular
Na segunda parte do meu trabalho tracei uma hierarquia das variáveis que julgo entrarem na escolha popular, neste acto eleitoral. E classifiquei-as pela seguinte ordem: primeiro, o candidato a presidente da câmara cada vez mais tem mais aceitação pública que a força política que o apoia, ao contrário do que aconteceu nos actos eleitorais anteriores; segundo, um factor novo, a equipa que acompanha o candidato é importante para a avaliação popular; terceiro, e último, a força política que apoia o candidato está na cauda desta lista de preferências, ainda que consiga reunir um número muito significativo de apoiantes.”
3 – A “democracia do público” destronou a “democracia de partidos”
Realmente, na hipermodernidade, a democracia do público sobrepôs-se à democracia de partidos, onde a primeira impôs importantes modificações à segunda. Agora verifica-se uma personalização do voto, e do poder, independente do sentimento de pretensa orgânica ou de identidade partidária.
O partido político mantém-se como corpo fundamental, embora passe a estar ao serviço de um líder, neste caso, de um candidato. Isto, por duas razões principais: Primeiro, porque, as novas tecnologias, aplicadas à comunicação, permitem que o candidato chegue aos eleitores sem passar pelos aparelhos partidários, o que é terrível para os “aparelhistas”, ao mesmo tempo que proporciona a mudança das elites: dos homens do aparelho e dos notáveis, passou-se para o candidato, ou seja, para a figura mediática. Segundo, porque existe uma reconhecida, e consentida, capacidade na tomada de decisões políticas por parte do candidato, para além daquelas consagradas nos programas políticos. Isto é, existe uma confiança pessoal nos candidatos. Até, porque o candidato passa a ter a iniciativa do contacto com o eleitor, e a resposta deste passa a ser mais do tipo reactivo.
4 – A situação dos “notáveis”
Neste aspecto, a candidatura do Partido Socialista tem estado a trabalhar melhor que as outras candidaturas pois, salvo uma ou outra excepção mais resistente à mudança, os “notáveis” têm tido uma aparição modesta. Poderão estar efectivamente ultrapassados pela dinâmica dos acontecimentos e pela necessidade de mudança, ou poderão estar na sombra a ver o que é que esta nova onda trás.
Quem realmente aparece com maior visibilidade são as duas primeiras figuras da lista (no caso da Câmara), Pedro Folgado e Rui Costa, afinal os artífices do programa político da candidatura, embora neste esteja contida a contribuição de várias outras pessoas e, como é óbvio, também a aprovação da própria comissão política do PS. Quanto aos outros partidos, salvo uma novidade ou outra, são os mesmos de sempre, uns mais na dianteira, outros mais resguardados, atrás.
Estes “notáveis”, de todos os partidos, entenda-se, ainda não perceberam que são figuras gastas, que a opinião pública já está saturada delas, e que, portanto, são nefastas às candidaturas que supostamente apoiam.
5 – A importância da imagem na “democracia do público”
Regressando à figura mediática do candidato, que toma a iniciativa de propor um princípio de partilha, ele mostra-se como um actor que entra em cena de um modo tal que pode, ou não, estimular a confiança dos eleitores. Daqui que as imagens sejam elementos capitais nesta democracia do público.
Imagens do candidato a cumprimentar um ancião ou uma velhinha, ou a beijar crianças, e estas quanto mais “ranhosas” se apresentarem mais convincentes serão essas imagens, são representações políticas simplificadas e esquemáticas; são imagens que repercutem para as estratégias político-eleitorais do candidato, mas que não transmitem a complexidade dos programas que são propostos às elites.
Habermas afirma que “o triunfo da cultura visual acompanha o triunfo do sistema mediático”. Imagem e comunicação, portanto, são inseparáveis. E hoje a gestão de imagem faz parte do processo comunicacional, e acontecem em simultâneo. “Mesmo quando essa imagem surge como ícone individualizado, ela surge como força homologadora capaz de se reproduzir em comportamentos”.
6 – A estratégia de comunicação na campanha eleitoral
Gestão de imagem e estratégia de comunicação são duas ciências que não detectei nas diversas campanhas. Duas realidades que pareceram desconhecidas na maioria das candidaturas e dos candidatos; ou então, não lhe deram a devida valorização. Não compreenderam os media como operadores de profundas mudanças sociais e culturais; assim como não os compreenderam enquanto modos de exteriorização e de prolongamento técnico das capacidades sensoriais humanas. No entanto, haveria que compreender a conexão que existe entre a tecnologia e a sociedade na perspectiva do visual. Ou seja, haveria que avaliar como a boa utilização das tecnologias visuais se relaciona com as culturas visuais, e como ambas podem condicionar os comportamentos das pessoas.
A estratégia de comunicação, a haver alguma, pareceu-me deficiente, mal concebida, tanto na informação veiculada, como nos suportes utilizados, como na distribuição dos recursos supostamente existentes. Salvou-se o grafismo, que me pareceu atraente. Mas, a funcionar sem qualquer critério identificável e excluído de qualquer estratégia comunicacional. Imperou o critério da quantidade. Realmente houve abundância de informação, que deixou o eleitor baralhado, confuso. Sobretudo porque era uma informação dirigida às elites; e aí, aqueles que habitualmente decidem as eleições, não tiveram a oportunidade de a descodificar.
Com excepção da campanha do Bloco de Esquerda, onde se detectou uma linha orientadora comunicacional, todas as outras candidaturas tiveram uma postura puramente amadora, onde o desejado, e indispensável, profissionalismo deu lugar à mediação de alguns intervenientes menos habilitados na ciência da comunicação.
7 – Imprensa partidária pouco credível
E aqui, estes intervenientes deram preferência à imprensa partidária: blogs dos candidatos, das candidaturas e dos próprios partidos. Mas esta imprensa é pouco credível pois ela é dirigida aos “crentes” e “convertidos”, e não atinge aquela faixa que realmente decide as eleições: os indecisos e a parte mais humilde da população.
8 – A ausência da “imprensa de opinião”
Em consequência do défice de participação opinativa, fruto de mais de trinta anos de constrangimentos vários, a imprensa de opinião é quase inexistente. Exceptuando a participação no Facebook (onde a preferência vai para os enigmáticos “likes”, que muitas vezes só significam que gostaram do título ou do autor do post, pois raras vezes se dão ao “incómodo” de abrir o artigo e comentá-lo), poucos são os que têm espaços web próprios, onde exponham as suas ideias, ou que participem em debates de assuntos relevantes.
A época das retaliações para quem ousasse exprimir uma opinião que destoasse da oficial já lá vai; no entanto, o défice de participação opinativa mantém-se. Se nos lembrarmos que quem tem acesso às novas tecnologias de comunicação são as pessoas detentoras de mais informação, e que um significativo número destas pessoas é licenciada, tudo isto pouco influenciou positivamente a participação opinativa. O que me leva a pensar que os constrangimentos característicos dos anos de 1975 a 2009 entraram nos hábitos culturais da população. E aqui, a situação é mais grave e de difícil solução.
Como a imprensa de opinião é quase inexistente, haveria que encontrar outro tipo de comunicação que procurasse atingir aquela faixa da população acima mencionada. Aqui impunha-se a lógica do consumidor, pois a procura antecede a oferta. Mas não foi assim; em detrimento desta o que se verificou foi a presença da lógica do produtor de mensagens, como acontecia na democracia de partidos. Os velhos hábitos ainda continuam a imperar e tarda a aparecer a figura do especialista em comunicação, estatuto emergente da democracia do público.
9 – A badalada entrevista de Pedro Folgado
Ao defender que o meio é a mensagem, Marshall McLuhan alerta para a fraca importância dos conteúdos das mensagens que os media possam difundir. Aqui o importante é o meio, porque ele também é a mensagem. Isto a propósito da entrevista concedida por Pedro Folgado a um jornal, e visionada no YouTube, e que foi tão badalada na web: penso que ela seria de difícil aprovação se realmente existisse uma eficiente estratégia de comunicação e de gestão de imagem.
Perante estas realidades, julgo que a campanha eleitoral do Partido Socialista se caracterizou por uma estratégia de comunicação e de gestão de imagem deficientíssima que poderá vir a inviabilizar a maioria absoluta desejada por Pedro Folgado.
10 – A tendência do sentido de voto das 6 sondagens
Naquele trabalho 6 SONDAGENS PARA A CÂMARA MUNICIPAL DE ALENQUER também afirmei que estas sondagens, pouca importância tinham ou, quanto muito, tinham menos do que aquela que nós lhe atribuíamos”. De qualquer modo elas têm vindo a afirmar uma tendência de preferência, que parece mais estabilizada nesta última. E os resultados expostos nesta altura, ainda com a sondagem em aberto, apresentam-se com valores percentuais muito idênticos aos obtidos nas últimas eleições autárquicas de 2009, o que a confirmarem-se estes números no próximo acto eleitoral de domingo, mostra que este sistema, não sendo o “supra sumo” da segurança, também não é aquilo que alguns menos bafejados pelos resultados das sondagens lhe preconizaram.
Sendo assim, segundo este conjunto de sondagens, a candidatura do Partido Socialista vence as eleições, embora sem maioria absoluta, elegendo três vereadores (4 / 3 – (20% / 80%).
A candidatura da Coligação Pela Nossa Terra fica em segundo lugar, elegendo igualmente três vereadores, podendo no entanto perder um, sobretudo devido à estratégia que os partidos da oposição em Alenquer teimaram em proclamar, associando a candidatura PSD/CDS ao governo de Passos Coelho. Julgo que esta opção política poderá ser fundamental para a vitória de Pedro Folgado: não só poderá impedir a vitória de Nuno Coelho como ainda o poderá castigar com o “roubo” de um vereador. (3 / 2 – 60% / 40%), que tanto poderá garantir a maioria absoluta socialista como poderá permitir a eleição de um primeiro vereador do Bloco de Esquerda.
A candidatura da CDU ficará em terceiro lugar, elegendo um vereador. É verdade que Carlos Areal não tem o “carisma” de José Manuel Catarino e apresentou algumas dificuldades de penetração na população, sobretudo no alto concelho. No entanto, essa perda poderá ter sido compensada com os votos ganhos na maior freguesia do concelho, Carregado/Cadafais, a sua terra. Oscilações à parte, o eleitorado comunista tem-se mostrado estável ao longo dos anos e dará sempre para eleger um vereador; nada mais que isso.
A candidatura do Bloco de Esquerda fica em último lugar, podendo eleger um vereador, “surripiado” à candidatura da Coligação pela Nossa Terra 1 / 0 – 40% / 60%).
Foi uma sondagem bondosa, pois só as “elites” têm acesso a estas plataformas digitais. E foi aqui onde se vislumbrou melhor o falhanço da comunicabilidade da Campanha de Pedro Folgado. No terreno, no contacto directo com as populações, obviamente as suas propostas foram melhor compreendidas. Mas, como são humanos, carecem do dom da ubiquidade. E, “quem não aparece, esquece”. Aguardemos por domingo para compreender melhor os “estragos” que as deficientes estratégias de comunicação das diversas candidaturas provocaram nestas eleições autárquicas.
11 – O meu voto
Entendo as eleições autárquicas como operando à margem das ideologias políticas, embora nelas os partidos políticos continuem a ter um papel activo. Dou maior importância às afectividades e à capacidade intelectual e de trabalho dos candidatos.
A maioria das pessoas que me conhece sabe que sou social-democrata, desde Francisco Sá Carneiro, e que tive responsabilidades políticas no PSD de Alenquer na época da primeira maioria de Cavaco Silva. Então, por que razão apoio a lista de Pedro Folgado e Rui Costa para a Câmara se não sou socialista? Porque conheço as suas capacidades de trabalho e honestidade intelectual. Se não as conhecesse dificilmente apoiaria a sua lista para a Câmara. Se a minha informação acumulada fosse só originada na sua comunicação e gestão de imagem isso não seria possível.
Pedro Folgado e Rui Costa nunca detiveram responsabilidades políticas, e as únicas vezes que estiveram ao serviço da causa pública, fizeram-no com sucesso, do modo que hoje todos lhe reconhecemos esse mérito. Portanto, se o mérito lhes foi reconhecido, agora há que potenciar esse mérito, na perspectiva que os seus métodos de trabalho se constituam em sinergias para o sucesso da gestão da autarquia. Sendo assim, todo o concelho sairá a ganhar, todo o munícipe estará consciente de que terá um executivo competente a zelar pelo seu bem-estar e por uma vida melhor para os seus filhos.
Para a Freguesia Carregado/Cadafais, zona onde estou recenseado, o método de escolha foi o mesmo. Aqui, o meu apoio vai inteirinho para José Manuel Mendes, líder da candidatura da Coligação pela Nossa Terra.
Falta indicar a minha posição face à Assembleia Municipal. É para este órgão autárquico que reservo aquele sentido político das autárquicas de domingo. É aqui que estão concentrados os protocolos politico-partidários e as ideologias; tudo o que isso tem de positivo e de nefasto. Neste contexto tudo poderia indiciar que o meu voto iria para a Coligação pela Nossa Terra. Falsa questão, pois não vislumbro a presença do PSD nesta assembleia. Nem o líder de bancada é do PSD, nem eu concordo com esta coligação. Sempre defendi que cada partido deveria ir “à luta” por si só. Evitar-se-iam erros de leitura do que cada um dos partidos vale, e, mais importante, evitar-se-iam também as desilusões quando membros da coligação se “coligam” com o “inimigo”. Mostra que o programa político da coligação tem “pés de barro”. Não há nenhuma aproximação ideológica entre os dois partidos mais importantes da coligação. Pergunto: porquê continuar neste engano?
Falta então as outras três candidaturas. Possivelmente por insuficiência minha, ideologicamente desconheço qual é a política do Bloco de Esquerda. É só o que me oferece dizer sobre esta candidatura.
Quanto às candidaturas do PS e da CDU, poderei tratá-las em conjunto, neste contexto. Ambos os líderes propostos têm uma característica em comum: o seu discurso. Julgo ser um discurso ideológico suficiente para só cativar os “crentes” dos seus respectivos partidos; dificilmente conseguirão chegar aos indecisos e independentes. Estão no seu direito, e ao procederem assim, julgo que pensam como eu que aquela instância autárquica é mesmo o anfiteatro político-partidário por excelência. Portanto, para a Assembleia Municipal o meu voto vai ser NULO. Não a abstenção ou o voto em branco: vai ser mesmo uma extensa cruz a unir os quatro vértices do boletim de voto.

 

 

Hernâni de Lemos Figueiredo

©Hernâni de Lemos Figueiredo (2013)

Programador Cultural

Alenquer, 27 de Setembro de 2013

 

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