Entrevista a… Pedro Folgado, o novo Presidente de Câmara em Alenquer

Entrevista a… Pedro Folgado, o novo Presidente de Câmara em Alenquer

29/09/2013 6 Por hernani

Primeira entrevista concedida pelo novo Presidente de Câmara de Alenquer

 

Entrevista a…

Pedro Folgado, o novo Presidente de Câmara em Alenquer

Sinto-me o Presidente de Câmara de todos: daqueles que votaram em mim, e dos outros que votam noutros candidatos. De outra maneira não seria justo para Alenquer

 

 

Pedro Folgado, na sua primeira campanha “a sério”, achou importante a ida ao terreno acompanhado de toda a vereação proposta na sua lista e dos candidatos a presidentes de junta. Falou com a população e ficou a conhecer alguns dos seus problemas e expectatvivas. Entende que os políticos deveriam aparecer mais vezes junto das pessoas, e não só quando são candidatos. Disse ter aprendido muito com as pessoas que o rodearam, e estes não foram só os simpatizantes, mas também muitas pessoas de outras cores políticas, que lhe transmitiram o seu apoio e que lhe deram algumas “dicas” no sentido de melhorar o seu Programa Politico proposto. Confessa que os debates e as entrevistas não lhe correram como desejava, e se pudesse voltar atrás apostaria numa melhor estratégia de comunicação. A candidatura que o preocupou mais foi a do Bloco de Esquerda, porque foi uma candidatura diferente, liderada por um vereador que foi do Partido Socialista. Quanto à CDU, de início também lhe mereceu alguns cuidados, porque ela tinha gente nova, gente com capacidade e possibilidade de fazer alguma coisa, embora essa gente acabasse sempre por praticar o mesmo tipo de discurso. Em relação à Coligação pela Nossa Terra, como era o mesmo candidato das duas eleições autárquicas anteriores, acha que aquilo que Nuno Coelho propôs agora é igual àquilo que ele tinha proposto há quatro e há oito anos atrás. Acha prioritária a reorganização dos serviços da Câmara, pois os actuais estão obsolutos, e é preciso dar respostas com celeridade e com qualidade. Dinamização cultural e dinamização turística são duas medidas que julga extremamente importantes para “dinamizar Alenquer” e para “pôr Alenquer a mexer”. Como primeira medida a tomar como Presidente da Câmara, é ouvir os funcionários camarários, um-a-um, e apelar para que “vistam a camisola” a fim de tornar a câmara melhor e, com isso, tornar um melhor munícipio. Julga serem injustas as críticas que lhe fizeram, mas acha-as próprias destes períodos eleitorais. Para si não há ressentimentos e conta com todos, com esses críticos também, para que em conjunto, todos possam contribuir para um município melhor. Sente-se o Presidente de Câmara de todos: daqueles que votaram em si, e dos outros que votaram noutros candidatos. Por isso diz que todos ganharam com a sua eleição.

    Quando as coisas estavam bem encaminhadas para a vitória, e com fortes possibilidades da maioria absoluta, ouvi Pedro Folgado, na sua primeira entrevista concedida como novo Presidente da Câmara Municipal de Alenquer.

Como se sente?
Sinto-me bem, sinto-me reconfortado pela responsabilidade que tinha, não só por mim, obviamente, mas por todas as pessoas que consegui mobilizar à minha volta. E portanto, foi muito importante, e é muito importante esta vitória, porque foi um trabalho que foi feito em conjunto, e a vitória é de todos. No entanto, como era o cabeça de lista eu assumiria todas as consequencias, se elas fossem negativas. Sendo assim, estou satisfeito e acho que ganhamos todos.

Como decorreu a campanha?
A campanha correu bem. Penso que dentro da normalidade; também é a primeira campanha que faço a sério. Participei na outra um pouco, mas nesta é a sério. Acho que foi muito importante a nossa ida ao terreno. Praticamente, toda a equipa da câmara (ndr: entenda-se, os 7 elementos da lista candidata à Câmara) esteve sempre presente, assim como o candidato à Assembleia Municipal (José Lourenço). E fizémo-lo sempre com os candidatos às juntas de freguesia. Falámos com muita gente, e foi muito importante conhecer os problemas e as expectativas dessas pessoas. E aquilo que eu percebi, é que as pessoas querem é mesmo serem ouvidas; e querem a proximidade. Os candidatos intervêm só de 4 em 4 anos, mas eu acho que é importante eles autodisciplinarem-se para aparecerem mais vezes junto das pessoas, para ouvirem o que elas têm para dizer.

O que correu melhor?
Foi o que eu disse há pouco. Foi esta proximidade, esta mobilização que houve, e que foi muito saudável. Aprendi muito com as pessoas que me rodearam; quer com os simpatizantes, quer com muita gente de outras cores políticas que me transmitiram o seu apoio, que me deram algumas “dicas” no sentido de poder melhorar o Programa Politico proposto, e me alertarem para alguns problemas que existem em Alenquer, e que de todo seria bom serem resolvidos.

E o que correu pior?
Provavelmente houve coisas que correram menos bem, nomeadamente os debates e as entrevistas. Julgo que isso tem justificação por se ter discutido assuntos referentes aos últimos quatro e oito anos, período em que não participei pelo facto de não ocupar quaisquer cargos políticos. Mas, o meu objectivo é fazer algo de bom por Alenquer. Sempre foi assim, e agora com renovado alento e responsabilidades.

Se pudesse voltar atrás, o que mudava na estratégia da campanha?
Se calhar, uma aposta melhor na comunicação, nomeadamente no uso das redes sociais, mas em termos de estratégia de exterior, no terreno, acho que correu tudo bem.

 

    (Fomos interrompidos por fortes aplausos na sala. “O que é que foi?”, perguntou Pedro Folgado. “Afinal, Alenquer ganhou”, responderam. De facto, o resultado da votação nesta união das freguesias de Santo Estêvão e Triana esteve sempre em dúvida, e só com a contagem da última mesa foi possível conhecer o vencedor, que neste caso foi Paulo Matias, do Partido Socialista).

 

Qual o candidato que o preocupou mais, e porquê?
(uma longa pausa, que me levou à dúvida se Pedro Folgado teria ouvido a pergunta. Mas não; a questão proposta é que não era de resposta fácil, naquele momento).

A candidatura que me preocupou mais foi a do Bloco de Esquerda. Porque foi uma candidatura diferente, liderada por um vereador que foi do Partido Socialista, e que poderia, de algum modo, fazer alguma mossa, passo a expressão, ao Partido Socialista. Em relação à Coligação pela Nossa Terra, era o mesmo candidato das duas eleições autárquicas anteriores e, basicamente, aquilo que ele propunha era igual àquilo que foi proposto há quatro e há oito anos. A CDU preocupou-me um bocado também. Tinha gente nova, gente com capacidade e possibilidade de fazer alguma coisa, embora acabem sempre por praticar o mesmo tipo de discurso; e isso é pena. Mas, em termos de renovação, acho que foi importante.

Qual a medida mais emblemática que irá pôr em prática que irá modificar substancialmente a vida dos munícipes?
Eu acho que é muito importante duas coisas, desde já: a reorganização dos serviços da Câmara, para prestar um serviço de qualidade aos munícipes de Alenquer. A Câmara, em termos de serviços está um bocadinho obsoleta no sentido da resposta ao munícipe. Precisamos de respostas com qualidade, com celeridade e sem problemas, portanto, eu acho que isso é extremamente importante. E depois, para mim é importante também, dinamizar Alenquer, pôr Alenquer a mexer culturalmente, turisticamente, se posso dizer esta palavra, e eu acho que é por aí. É importante trazer empresas para Alenquer, mas se não houver dinamização cultural e turística, as empresas não vêm. São duas medidas extremamente importantes: a reorganização dos serviços para responder adequadamente, e depois culturalmente e no turismo também é importante.

 

    (mais aplausos na sala quando se recebeu a notícia da vitória do Partido Socialista na união de freguesias Abrigada/Cabanas de Torres)

 

Qual vai ser a sua primeira medida como presidente de câmara?
A primeira medida é junto dos funcionários da câmara, ouvi-los, perceber a sua sensibilidade, e apelar que “vistam a camisola”, para que possamos todos juntos construir um município melhor. Vou ouvi-los um-a-um para que consigamos efectivamente uma câmara melhor e um município melhor.

Como analisa as críticas que lhe fizeram, especialmente nas redes sociais?
Apesar de julgar serem injustas, e de algumas vezes roçarem a deselegância, como alguns comentários aos resultados das sondagens do blogue “Sala da Inquietação”, eu entendo esse facto como próprio do período de campanhas eleitorais. Agora que essa “luta” terminou, conto com todos, com esses críticos também, para que em conjunto possamos contribuir para um município melhor. Eu sinto-me o Presidente de Câmara de todos: daqueles que votaram em mim, e dos outros que votam noutros candidatos. De outra maneira não seria justo para Alenquer.

PERFIL
Pedro-FolgadoPedro Miguel Ferreira Folgado
Nasceu a 17 de Setembro de 1961, é casado e vive no Carregado, concelho de Alenquer.
É licenciado em Línguas e Literaturas Modernas e fez pós-graduações em Gestão Escolar e Gestão de Recursos Humanos.
É professor desde 1980.
Foi director da Escola Secundária Damião de Goes, durante 15 anos.
Simultaneamente, foi conselheiro (entre 2007/2009) de Maria de Lourdes Rodrigues, ministra da Educação.
Em Novembro de 2009 foi convidado para Assessor na Câmara Municipal de Alenquer, com responsabilidade na cultura, desporto e turismo.
Até hoje, foi Chefe de Gabinete de Apoio ao Presidente da Câmara de Alenquer, Jorge Riso.
Nestas eleições autárquicas de 2013 foi o candidato apresentado pelo Partido Socialista onde saiu vencedor, por maioria absoluta, conseguindo eleger quatro dos sete vereadores possíveis.

 

Hernâni de Lemos Figueiredo

©Hernâni de Lemos Figueiredo (2013)

Programador Cultural

Alenquer, 29 de Setembro de 2013

 

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