XIX Feira de Ascensão (Álvaro Pedro)

XIX Feira de Ascensão (Álvaro Pedro)

01/06/2000 0 Por hernani

XIX Feira da Ascensão

Pede-me o Jornal D’ Alenquer um depoimento sobre a Feira da Ascensão, numa altura em que decorrem os preparativos para a organização da XIX edição da mostra das principais potencialidades do nosso tecido sócio-económico e sócio-cultural.

É com gosto que atendo à solicitação deste novel jornal, na medida em que se me oferece interessante e pertinente evocar os passos que foram sendo dados, ao longo dos 19 anos já volvidos desde que intentámos e levámos à prática a realização da I Feira da Ascensão, corria o ano de 1982.

Como é sabido, o certame, naquele ano e nos seguintes, foi realizado inteiramente dentro da Vila – no local onde hoje estão edificados o Palácio da Justiça e o Centro Comercial “Alen-Kerk”. Aproveitavam-se as lojas (ainda devolutas) da Rua Sacadura Cabral até ao restaurante do “Bichezas”, cedidas graciosamente pelo proprietário, a título de empréstimo; o matadouro; a praça e, fundamentalmente, as ruas.

Era uma feira “caseira”, feita dentro da Vila, e terá sido esse talvez o motivo porque obteve sucesso, desde logo, e se cimentou nos hábitos culturais dos alenquerenses. A Feira, então, bem pequena –se comparada com a actual – encheu de alegria e entusiasmo os empresários, colectividades, autarcas, pintores, artistas, atletas, enfim, um leque substancial de concidadãos que não deixaram, desde então, que a chama acesa naquele ano se apagasse. E, ano após ano, foram surgindo factores dinâmicos que acabaram por conduzir o certame à dimensão que hoje detém.

Há quem diga, com alguma nostalgia, que as feiras antigas eram melhor conseguidas porque estavam mais humanizadas. É uma opinião com a qual poderemos até concordar, mas o que é certo é o facto da Feira ter crescido e isso terá implicado, naturalmente, novas exigências de qualidade e profissionalismo.

Hoje a Feira da Ascensão ocupa o terrado do Parque Municipal de Exposições, o pavilhão “central” e a Romeira.

Este espaço é extenso, se colocado todo lado a lado – recordo que a Romeira tem 6 naves grandes que são utilizadas por cerca de 80 expositores dos mais variados ramos, num total de 150/200 que expõem na Feira.

A referência a esta circunstância tem o objectivo de chamar a atenção para um facto – é que a Feira de 1982 serviu de locomotiva para o “alargamento da área de animação da Vila”. Foi a partir daí que se criaram dinâmicas condutoras para a compra, pelo município, da antiga fábrica da Romeira, da Horta d’El Rei e, mais recentemente, do espaço utilizado para parque de estacionamento em frente às piscinas municipais.

É pois com alegria que evoco, neste depoimento, a decisão tomada pela Assembleia Municipal e Câmara Municipal de se instituir o certame.

Como digo atrás, a Feira hoje tem contornos diferenciados, assim como diferente é o concelho relativamente há 20 anos. Evoluímos, acompanhámos o progresso e o bem-estar geral que se instalou na generalidade do país e, é debaixo desta tónica, que surge a Feira do ano de 2000.

A Comissão da Feira, no seu esforço de ampliar e trazer ao certame as novas empresas que entretanto se instalaram no concelho, endereçou-lhes, em tempo oportuno, o convite à sua participação, já que assim se dará substância aos princípios porque se norteia o certame. Isto é, o de promover a divulgação e apresentação das actividades industriais, comerciais e de serviços, aliando-as à componente social. Tem sido um esforço só conseguido, em parte, na medida em que as unidades em questão apostam mais no mercado nacional e internacional, deixando para terceira mão o aspecto local. É uma atitude que vamos continuar a combater e a tentar modificar, por razões óbvias.

Há algumas críticas que nos chegam quanto ao modo de concepção da Feira, pois que aparentemente está a ser repetitiva, quer na forma de se localizarem os expositores quer, ainda, no tocante à animação. O facto, porém, é tão simples quanto isto: as empresas presentes na Feira são aquelas que colaboram, e participam, no objectivo de divulgar o que de bom temos no município e as colectividades presentes, bem como as demais associações participantes habituais na Feira, são também aquelas que temos e, a qualquer destes componentes, importa que se agradeça e louve o espírito de entreajuda existente.

Naturalmente que procuramos mudar sempre algo na Feira. Neste ano, por exemplo, vamos ter a abrir o certame um grupo musical, conhecido a nível nacional. O objectivo é o de trazer todos – novos e “menos novos” – à Feira e presenteá-los com artistas qualificados. Na sexta-feira volta a haver um novo agrupamento de música – de nível nacional. Teremos, depois, nos restantes dias, a habitual “prata da casa” – bandas de música ligeira, ranchos folclóricos, bandas filarmónicas, ginástica, atletismo, enfim… o grande contributo de muita gente que ali vem com o único propósito de participar.

Creio que numa abordagem sintética, o essencial estará dito e é com base nesta leitura que endereço a todos os leitores do Jornal d’Alenquer, o convite no sentido de se deslocarem à Vila de Alenquer e aqui conviverem connosco. Nós temos um dia especial, dedicado ao visitante: a noite da sardinhada, que neste ano ocorre a 3 de Junho, a partir das 24H00. Uma boa ocasião para virem à Vila Presépio receber um abraço de amizade de todos os alenquerenses.

VER TAMBÉM:

XIX Feira da Ascensão: O grande desafio 

XIX Feira da Ascensão (Memorial) 
XIX Feira da Ascensão (Aclividade Económica)
Feira da Ascensão (Um relance histórico de Alenquer)
XIX Feira da Ascensão (Álvaro Pedro, Presidente da Câmara Municipal de Alenquer) VOCÊ ESTÁ AQUI
XIX Feira da Ascensão (Luís Rema, Vereador das Feiras da Câmara Municipal de Alenquer)
XIX Feira da Ascensão (Vladimiro de Matos, Presidente da Direcção da ACICA)

 


©Álvaro Pedro (2000)
Presidente da Câmara Municipal de Alenquer
in Jornal D’Alenquer, 1 de Junho de 2000, p. 23

 

 

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