A Globalização da Complexidade (vii): Cultura de consumismo na pós-modernidade

A Globalização da Complexidade (vii): Cultura de consumismo na pós-modernidade

20/06/2019 0 Por hernani

Baseado na obra de Mike Featherstone

A Globalização da Complexidade (vii)
Cultura de consumismo na pós-modernidade

“Somos, ao contrário do que é hábito dizer-se, não uma sociedade de consumo, visada ao consumidor, mas uma sociedade de produção, virada ao produtor e seus interesses”.

(Agostinho da Silva).

Retomando Featherstone, o consumismo compreende, além do consumo dos produtos, também o consumo da imagem social e do valor simbólico que têm esses produtos. Essa «intensificação» da forma como se apropria de um produto, do consumo ao consumismo, surge a partir das transformações sociais que fizeram emergir a cultura e o consumo de massa. Para Featherstone, na pós-modernidade, estão associados objetos portadores de signos, hierarquias simbólicas e também a sua fragmentação, estetização da vida quotidiana e uma cultura de consumismo que vai além dos produtos, passando a incluir, com importância igual ou superior aos produtos, os signos. “As classes trabalhadoras, sempre mais desprovidas de recursos, por mais que almejem reproduzir os modos de vida da classe imediatamente superior, veem-se frustradas, visto que as evidências da falta de requinte e luxo, inclusive quando se consegue ter elegância, indicam a sua posição social. As diferenças de casta e de raça, sob qualquer alardo de luxo com que as pessoas se apresentem, saltam imediatamente aos olhos do espectador” (BAUDELAIRE, 1988 p. 204).


«Sociedade de consumo» representa uma especificidade do mundo desenvolvido onde geralmente a oferta excede a procura, e onde se torna mais difícil vender os produtos e serviços do que fabricá-los. Ela resulta diretamente do desenvolvimento industrial, mais precisamente a partir da segunda revolução industrial, sobretudo resultante das unificações da Itália e da Alemanha. O aumento dos salários, e a linha de montagem e fabricação do Modelo T da Ford, foram marcos significativos para a massificação do consumo. Para alguns críticos, os consumidores finais perderam as características de indivíduos para passarem a ser considerados unicamente uma massa de consumidores que se poderia influenciar através de técnicas de marketing, inclusive com a criação de «falsas necessidades». Que o consumidor encontrava o prazer no mero ato de consumo, e não pela vontade de possuir o produto, funcionando assim como uma droga, apesar do consumo permitir que um número cada vez maior de pessoas tivesse acesso a uma maior quantidade e diversidade de produtos, permitindo assim uma maior igualdade social.


O termo «sociedade de consumo» sugere uma superprodução de bens culturais. Por ser uma época de grande apetência pela receção de novos produtos, foi aqui que se sentiu o consumo influenciado pelas marcas, e onde “há, sem dúvida, uma certa americanização da cultura de massa – através da televisão, do cinema, dos jeans, da Coca-Cola, dos hamburguers, da Disneylândia.” (RIBEIRO, 2003 p. 317). Até aos anos 70 havia a presunção de que os Estados Unidos constituíam o centro, a partir do qual tudo emanava para a periferia. Realmente os Estados Unidos ainda dominam as indústrias da informação e da cultura que se disseminam para o mundo inteiro, mas há um progressivo aparecimento de outros centros que se tornaram seus concorrentes. Sendo assim, só com alguma dificuldade é que se poderá explicar a existência de processos globais a partir de um só centro que dominem as periferias, pois começaram a emergir muitos centros competitivos que impuseram algumas mudanças ao equilíbrio mundial, criando novos tipos de interdependências. Um desses centros é o futebol. Se ontem se falava de Pélé e Di Stefano, hoje fala-se de Cristiano Ronaldo e Messi. Se antes de falava de Matt Busby, hoje fala-se de José Mourinho e Guardiola. Poderemos falar de uma “futebolização do mundo”, de uma globalização do futebol, sobretudo através das imagens dos seus principais intervenientes: jogadores e treinadores.

Lisboa (Universidade Lusófona), 3 de Maio de 2011

TRABALHO COMPLETO

I – A Modernidade é um projeto da Revolução Industrial  – 

II- O Pós-modernismo é uma nova etapa do Capitalismo 

III – A Idade Moderna chegou ao fim e está aí a Idade Global  

IV – O Clube Bilderberg, um Governo Mundial Único

V – Os Descobrimentos Portugueses foram a primeira Globalização Moderna 

VI – O Posicionamento da Cultura na Híper Modernidade;

VII A cultura de consumismo no pós-Modernidade – VOCÊ ESTÁ AQUI;

VIII – A passagem da «escrita» para a «imagem» na Pós-modernidade  –

IX – A Hipermodernidade, o pós-humano e a chegada do Cyborg   – 

X- A Modernidade é a industrialização da guerra  –

XI -Bibliografia

Hernâni de Lemos Figueiredo
©Hernâni de Lemos Figueiredo (2019)

Programador Cultural

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