Condecorado com a Medalha de Mérito Municipal de Alenquer: Prof. Amadeu Torres, faz um ano que nos deixou

Condecorado com a Medalha de Mérito Municipal de Alenquer: Prof. Amadeu Torres, faz um ano que nos deixou

09/02/2013 0 Por hernani

Condecorado com a Medalha de Mérito Municipal de Alenquer

Prof. Amadeu Torres, faz um ano que nos deixou

 

Prof. Amadeu Torres

Faz hoje, 9 de Fevereiro de 2013, um ano que morreu Amadeu Torres. Em Braga foi catedrático da Universidade Católica e da Universidade do Minho. Igualmente foi poeta, linguista, e um insigne latinista, para além de ser sacerdote. Deixa uma marcante bibliografia sobre a cultura clássica portuguesa e sobre o gramaticalismo da nossa língua, tendo editado em 1946 a “Gramática Filosófica da Língua Portuguesa”, de Bernardo de Lima e Melo Bacelar, de 1783, entre uma centena de outros títulos.

Porquê estar a recordar esta efeméride? Porque Amadeu Torres foi a figura máxima dos estudos goesianos, um trabalhador incansável na divulgação da vida e obra do príncipe dos humanistas portugueses.

Conheci Amadeu Torres num colóquio na Biblioteca Nacional, em Lisboa, e mais tarde vim a encontrá-lo na Biblioteca Municipal de Alenquer, no dia 10 de Junho de 2000, altura da inauguração da estátua a Damião de Goes. Na sessão evocativa da memória do ilustre humanista, logo verifiquei ser ele uma referência das coisas das letras, um diligente estudioso de Damião de Goes. Nesta prelecção, Amadeu Torres exclamou que “já lá vão mais de 40 anos que eu comecei a pertencer à família de Damião de Góis; percorri passo-a-passo, e por várias vezes, as peugadas desse maravilhoso vulto, iniciando um extraordinário convívio com o homem mais ilustre desta terra, que hoje solene e justissimamente glorifica na sua estátua…”.

Estátua que para a sua inauguração estava convidado o Ministro da Cultura na altura, Dr.º Manuel Maria Carrilho. Mas, neste dia que se homenageava o “príncipe dos humanistas portugueses”, Damião de Goes, claro, causou certa estranheza a ausência do governo de Portugal e mais concretamente do Ministro da Cultura. E o alvoroço foi maior quando se soube que essa ausência aconteceu sem qualquer espécie de aviso prévio ou justificação. Este acto não foi indiferente a Amadeu Torres que, mais tarde se pronunciou a propósito da presença falhada do Ministro Carrilho: “e Alenquer protestou, em 10 de Junho de 2000, por ocasião da inauguração da estátua ao seu filho mais ilustre…”. Dizia ainda o Professor: “lamento, que nesse dia o Governo estivesse ausente e ninguém se houvesse lembrado duma inauguração como aquela: esse gesto soube a incompetência supina perante factos relevantes da nossa História, cujos vultos de escola aparecem não raro intervalados de séculos”.

Como Amadeu Torres expôs numa das entrevistas que me concedeu, “Damião correu a Europa e eu fui atrás dele; nos lugares onde ele esteve, eu estive também”. Posso dizer que também eu corri na peugada de Amadeu Torres em tudo que dissesse respeito a Alenquer e Damião de Goes. Umas vezes por minha iniciativa, outras vezes, a maioria e as mais relevantes, por gentileza sua que me convidava a estar presente. E, assim em 2003, chegou o convite para o Jornal D’Alenquer, de que eu era o director, apoiar o “Congresso Internacional Damião de Góis na Europa do Renascimento” e eu, a título pessoal, apresentar uma comunicação (Alenquer Goesiana).

Em Braga, Na Faculdade de Filosofia da Universidade Católica, nos dias 29 a 31 de Janeiro de 2003, “Damião de Goes” e “Alenquer”, foram milhares de vezes que estas palavras ecoaram durante as conferências ou nos seus intervalos, nos corredores ou às mesas dos restaurantes. Como Alenquerense, senti-me deveras feliz por ter assistido e honrado por ter participado no mais significativo evento cultural-cientifico que alguma vez se realizou em homenagem a Alenquer ou algum dos seus filhos; e isso devo-o ao Prof. Doutor Amadeu Rodrigues Torres.

Esteja onde estiver, bem-haja.

Alenquer, 9 de Fevereiro de 2013


Veja aqui mais informação do seu trabalho sobre Damião de Goês

Hernâni de Lemos Figueiredo
©Hernâni de Lemos Figueiredo (2013)

Programador Cultural

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